SONETO DO CERRADO

Se falas que o cerrado é torto

Também falas sem ter razão

Tem belos vales no árido sertão

Não há porque do ver boquitorto

O pôr do sol é infinito em oblação

As flores rastejam num viver lindo

Sempre vivas no seu vai e vindo

Num vento ganindo verso e canção

Se o espanto aborta com tanto encanto

É porque o cerrado tem o seu encantar

Nele o grotesco é airoso no quebranto

Logo bem vês que admirado é o olhar

Cada desalinho alinha um tal recanto

Por Deus traçado tão contrastado lugar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Abril, 2016, 10'28" - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 22/04/2016
Reeditado em 02/11/2019
Código do texto: T5612715
Classificação de conteúdo: seguro