SONETO DE PERDA

A perda é igual ao um fio de navalha

fende-se num leve resvalo do destino

que engole a alma num apetite ferino

no alto e baixo de uma eterna batalha

Nos testilha, pouco a pouco, sem tino

como o fogo atiçado a uma seca palha

espalhando desnorteada e vil bandalha

no peito amargo duma saudade a pino

Inquieto e silente sempre é o término

num drama ao desalento se espalha

tornando séquito no avivar matutino

O tal estrago é uma senhora canalha

que faz ao poeta um poetar pequenino

e dor que da alegria não resta migalha

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

08/06/2016, 05'05" – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/06/2016
Reeditado em 08/06/2022
Código do texto: T5661381
Classificação de conteúdo: seguro