LAMENTOS NO CERRADO (soneto)

Só, me encontro no cerrado cinzento

e acumulo agruras bem guardadas

das utopias na aridez desmaiadas

dos sonhos perdidos além do tempo

Tal qual pequizeiro de flores delicadas

que brotam no sequioso pasto sedento

meu temor e saudade faz de rebento

como as floradas nas secas galhadas

Quanto vil doloroso gemido em mim

assim como folhas secas num jardim

no seu fado, voam ao vento turbulento

Eu aqui, descrente no cerrado, vivo assim,

poetando lamentos tão irreverentes, enfim,

o fato é que a vida é feita de revoadas...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

12/06/2016, 06'06" – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/06/2016
Reeditado em 05/11/2019
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