SONETO DE INVERNO II

Frio, uma taça de vinho, face em rubor

No cerrado ivernado pouco se aquece

Um calor de momento, o vinho oferece

E a alma valesse neste desfrutar maior

Arrepio no corpo, do apego se apetece

Pra esquentar a noite, tornar-se ardor

Acalorando o alento do clima ofensor

Tal é perfeito, também, o afeto tece

E na estação de monocromática cor

De paixões, de misto sabor, aparece

Os mistérios, os desejos, os sentidos

Assim, embolados nas lareiras, o amor

Regado de vontades, no olhar floresce

Pra no solstício de novo serem acolhidos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

junho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 29/06/2016
Reeditado em 30/05/2021
Código do texto: T5682003
Classificação de conteúdo: seguro