SONETO DO IPÊ

O cerrado se prepara para a primavera

No chão cascalhado, a florada anuncia

Os ipês amarelos ornando de luz o dia

E o horizonte se vestindo de quimera

Sai o inverno, setembro, vem a ventania

E mal surgia, e caem sem assim quisera

Em implacável jornada, acatando a era

Atapetando o chão de matizada magia

E neste, veste e despe, a beleza gera

Espanto da sina acirrada em tirania

Do ipê ser algoz na sua pouco espera

No processo que penaliza a flor fugidia

Em ser uma desgarrada na atmosfera

Faz-se o prosseguir a vida em romaria

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

Junho de 2016 – Cerrado goiano

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/sMCN0_7k-5E

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 30/06/2016
Reeditado em 06/09/2021
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