ALVORADA NO CERRADO (outono)

O vento árido contorna o cerrado

Entre tortos galhos e a seca folha

Cascalhado, assim, o chão assolha

No horizonte o sol nasce alvorado

Corado o céu põe a treva na encolha

Os buritis se retorcem de lado a lado

Qual aceno no talo por eles ofertado

Em reverência a estação da desfolha

Canta o João de barro no seu telhado

É o amanhecer pelo sertão anunciado

Em um bordão de gratidão ao outono

A noite desmaia no dia despertado

Acorda a vida do leito consagrado

É a alvorada do cerrado no seu trono

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - cerrado goiano

Canal do YouTube:

https://youtu.be/PZMdiBrzm74

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/08/2016
Reeditado em 20/03/2024
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