SONETO SILENTE

Dia nublado no cerrado com ventania

Nostalgia nos olhos alumia o nebuloso

Tal como folha seca me sinto fragoso

Na brisa árida dum céu de monotonia

Range o peito num cântico escabroso

Apofântico, sem firmamento na poesia

Num par romântico de solidão e euforia

Tal chuva escassa no sertão sequioso

Alvorecer sem brilho e luz com alegria

Trazendo imenso sentimento saudoso

E na disposição uma tão nada ousadia

Caminho soturno neste vazio rigoroso

De chão cascalhado e de desarmonia

Que o silêncio comutou, vinho precioso

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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