POEMA EM SILÊNCIO (soneto)

Meu verso está amordaçado

As palavras dentro da vidraça

Represadas e tão sem graça

Estou calado, o poetar calado

Inspiração diluída na fumaça

O vazio estridente e arestado

Ácido em um limo agargalado

Inebriando tal qual cachaça

Meu pensamento está suado

Ofertado como fel numa taça

E na solidão, então, enjaulado

O poema em silêncio, bagaça

Oh! Túrgido sossego enfado

Diz nada, só tira a mordaça...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

setembro de 2016 - Cerrado goiano

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/rDoCMrAOwyY

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/09/2016
Reeditado em 04/04/2021
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