UMA TRAMA (soneto)

A trama da perda tece o vazio

com fios do sofrer trançados

numa arte com a dor casados

que não abafa o frio arrepio

Ter e perder, já estão tramados

no fado, sem nenhum extravio

mesmo que a sorte cate desvio

as intenções darão seus brados

Pratique perder no ritual e feitio

para assim adoçar os finados

alvejando o olhar no ato sombrio

Perdi, perdeu, são passados

até perder, viva sem fastio

pois elas não deixam recados...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

06 de setembro de 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/09/2016
Reeditado em 06/11/2019
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