Ócio da ossatura...

Meu horizonte caído às sombras...

Oh, sorriso do corvo copiosamente!

Mistério do crânio-oco jaz demente,

Senão, loucura efêmera na penumbra.

Neste império sou uma fera-ferida...

Tenho nas vísceras vermes insignes,

Sou infestado de segredos e signos,

Tal um lobo lazarento sem guarida.

Pelo terreiro, as cinzas das órbitas,

Minha carcaça atirada às centelhas...

Neguim! nunca nego ode ao óbito!

Eis vossa ossatura assada à mesa...!

Mesa às ruínas do castelo sem telhas

Onde degusto o esqueleto de Teresa.

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 15/10/2016
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