MINHA PESSOA (soneto)

Eu sou o do fio da meada perdido

O que poeta devaneio e quimera

Verão ou inverno é só primavera

Neste fado, sonhar, é permitido

Emaranhado, pensado, eu quisera

Em exequível gratulação ter vivido

Mas olhar amargo me foi servido

E tal refutado, tive sorte megera

Aos olhares um quase despercebido

Impelido pra muito além da biosfera

Espírito enlutado, dum senso sofrido

Nas tiranias, choro, sou pessoa sincera

Áspero, sem ser, de amor sou provido

E no querer mais, me tenho em espera

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5817186
Classificação de conteúdo: seguro