ESTIAGEM NUM SONETO

Eu grito por chuva, intensa e forte

pra encharcar o cerrado ressequido

tão sofrido, que clama num alarido

por gota d'Água, num altivo porte

Eu vozeio pelo vento desmedido

soprando humidade num suporte

pra este chão carente e sem sorte

chovendo vida, e o vivo permitido

Também a natureza uiva de morte

aos céus, que acabe o sofrer infindo

tombando a chuva sem ter recorte

O sol regente do sertão, intervindo

se faz ufano, intenso, num aporte...

E a chuva, ah! Essa, não vai caindo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5817457
Classificação de conteúdo: seguro