SONETO ENCARNADO

Cerrado, pinta o céu de encarnado

por não poder pintar a noite estrelada

assim, vesti a sombra da esplanada

de prata, do luar em tom apaixonado

Pra extinguir o rubro desta tal cilada

e aprisiona-la até o arrebol no prado

o sol se demole num gesto nacarado

tão cansado, retirando-se em toada

No breu, a cor, escarlate enevoado

permanece, então, na noite trancada

pra de novo no dia surgir encantado

Então, no empalecer da luz arrozada

dorme desmaiada, do dia acalorado

no ciclo do cerrado, em sua jornada...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Novembro, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/11/2016
Reeditado em 08/11/2019
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