SONETO NA CHUVA

Quantas vezes, pés descalços, enxurrada

A minha infância, na inocência eu brinquei

Águas em versos, chuva molhada, sopeei:

Quantas vezes eu naveguei na sua toada?

Na narração me perdi, no tempo maloquei

As lembranças ali no passado deixada

De memórias fartas, meninice, criançada

Aqui no peito guardada, e nelas estarei...

Céu cinza do cerrado, nuvem carregada

Deixa chover, pois só assim eu alegrarei

Da varia recordação da pluvial derivada

Pingo a pingo, trovoada, no outrora voltei

Água na cara, cachoando na alma calada

De saudades, neste soneto na chuva, falei!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Dezembro, 2016 - Cerrado goiano

Período de chuvas no cerrado

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 16/12/2016
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5854561
Classificação de conteúdo: seguro