CHUVA NO CERRADO (soneto)

Canta chuva, no cerrado, uma cantata

E há, feérico coro no planalto fustigado

De gotas do céu num tilintar animado

Como que um suave retinir de prata

Bendita chuva que ao chão imaculado

Batiza a secura com água que desata

Verdes relvas e fulgor novedio da mata

Num renovo de um frescor empanado

Alvor ideal que desponta na fragata

Do sertão, num úmido beijo desejado

Arejando, generosa, em trínula volata

Ah! Num regozijo do viver denodado

Num delíquio louco, ri-se escarlata

A encantada chuva que cai no cerrado

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Janeiro, 04, 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/01/2017
Reeditado em 08/11/2019
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