SONETO SEM SORTE

Amor, quantos espinhos há na tua haste

Arranhando a solidão aqui no meu peito

Errante nos sóis e chuvas, sem ser eleito

Entre estações sós, num triste contraste

Saudades passam, e não passa o efeito

Porém, tu e eu, amor, no mesmo engaste

O fado faz que a desventura nos arraste

Por outonos, num desfolhamento do leito

Pensar que custa tanto, tanto desgaste

Quando poderia ser diferente, ser feito

Com companhia, desde que chegaste

Mas tu e eu simplesmente sem preceito

Ali onde o passado no remorso choraste

Semeamos a sorte sem nenhum proveito

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Janeiro de 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/01/2017
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T5879789
Classificação de conteúdo: seguro