Ergástulo Invisível

"Em contraposição à paz funérea/ Doía profundamente no meu crânio/ Esse funcionamento simultâneo/ De todos os conflitos da matéria". (Augusto dos Anjos)

Ergástulo Invisível

O mundo então tornou-se um sanatório

Repleto de dementes e maníacos

Visão cega! Catatonismo orgíaco!

Transcendência de autismo compulsório

A ignomínia tatil da hibridez

Dormita no ectoplasma ilusório

Oscilando entre o inferno e o purgatório

Sem chance factual de lucidez

Eu, tresloucada cárcere indefesa

Divago nesse hospício monstruoso

Atada a algema oculta a que estou presa

Após meu corpo vil cair por terra

Cadavérico inerte e lutuoso

Sepulto enfim, a atroz dor que alma encerra

(Edna Frigato)

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Interação do grande Poeta Fernando Cunha de Lima

Embora suas palavras sejam de humildade e gentileza,

seus versos refletem não só a intimidade que tens com o versejar, como também toda e a beleza deles.

A arte de sonetar é difícil. A arte de sonetar no improviso

é dificílima, e você fez isso com muita habilidade.

Obrigada por tua presença, por sua amabilidade!

Obrigada por essa interação Maravilhosa, Poeta Fernando

Cunha de Lima!

SEQUÊNCIA BOBA

Com o cérebro nas mãos sigo o destino,

Num inditoso sonho de cadeia,

Pelos cem pés de uma centopeia,

Vou tropeçando quanto pequenino.

O meu viver em pleno desatino,

Desliza pelo chão cheio de areia,

Brilhando ao fogo-fátuo da candeia,

Fraco fogo que eu mesmo determino.

Fico enjoado na sequência boba,

Vendo na existência oba-oba,

Apegar-me a vida com blástula.

Cada vez que me solto, mais me prendo,

Apesar disto eu nunca compreendo,

Por que viver assim nesta ergástula.

(Fernando Cunha de Lima)

Essa foi a única forma de aplaudir esta jovem, Graciosa e inteligente poeta, mesmo sabendo não tocar nem de longe a magnitude dos seu versos.

Fernando cunha lima. 21-03-2017.

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Interação da grande Poetisa Ângela Faria de Paula Lima

ROMPENDO AS CADEIAS

Pois eu não imagino ser cadeia

A vida que nos prende a esse mundo

E com cuidado sigo o que é profundo:O amor e a dor que há na alma alheia

Pois ambos são motivos que nós temos

Desde quando chegamos embrião

Pra não fazer da vida uma prisão

Se a liberdade nós que a escolhemos

Prisioneiros nós somos do destino

Que, próprios, construímos para nós

Ao calarmos, dos sonhos, nossa voz

Devia eu viver em desatino

Imaginando a vida ser uma bolha?

Ou saber que é só questão de escolha?

(Ângela Faria de Paula Lima) em 21/03/2017

Poetisa Ângela Faria de Paula Lima: seu soneto ficou magnífico. Realmente uma tréplica de fôlego.

Gratidão por essa bela interação, que só veio a somar beleza.