Duras penas...

Desatinada, deixei-me inteira ir...
Queria morrer, pra viver entre os mortos!
E sem cogitar na onda de me iludir
Não pensei nos desligamentos tortos!

E lancei-me em beco sem saída
No labirinto das duras rajadas de ventos,
E perdi-me nas bruxolentas noites, abstraída,
Assim, fremi entre intentos adventos!

E vivi duras penas - dores e curas -,
Do ranger de dentes na escuridão
Quando me detive em meio a tanta podridão!...

E pensei... "será a eternidade tais loucuras,
Onde todos jazem sob um julgo de honduras?
Asfixiada, brami entre tamanhas cercaduras...