6350-SONETO À VERDADE XXXVIII-SOFRIMENTO - Noneto-Poético-Teatral Nº 69-Soneto - Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

6350-SONETO À VERDADE XXXVIII-SOFRIMENTO

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Noneto-Poético-Teatral Nº 69-Soneto nº 6.350-

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil (*)

Interação-interpretativa da reflexão de

Klinger Sobreira de Almeida: (Tema:SOFRIMENTO)

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Milagre existe! Basta então, orar,

frequentemente, sem qualquer medida...

Se Cristo vive em mim, não posso errar;

o SOFRIMENTO dá valor à vida.

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É uma verdade:_Sinto a dor passar!

Leis do Universo provam dor vencida...

A evolução somente, amor vem dar,

liberta o ser, da fase tão sofrida.

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Sabe sofrer? _É um sábio...Faço pausa!

Resignação ativa é dom fecundo;

no sofrimento não lamenta a causa.

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Meditação com o Eu Divino faz

ver passageira a dor que vence o mundo:

_Saber-sofrer com calma encontra a paz.

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, abril/2017.

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5973723

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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).

-http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/05/soneto-verdade-xxxviii-sofrimento.html

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Rastreando a Verdade (XXXVIII)

SOFRIMENTO→Oportunidade de Purificação

Nunca país algum se elevou sem se ter purificado no fogo do sofrimento. (Mahatma Gandhi)

O sofrimento! Que divino desconhecido! Devemos-lhe tudo que é bom em nós, tudo que dá valor à vida; devemos-lhe a compaixão, devemos-lhe a coragem, devemos-lhe todas as virtudes... (Anatole France)

7,2 bilhões! População da terra. Uns dois bilhões vivem abaixo da linha da miséria, concentrados, mormente na África, Ásia e América Latina. Outro grande número, além da pobreza, luta para sobreviver num clima de violência ou morre ingloriamente (vide bombardeios químicos, fugas arriscadas no Mediterrâneo, ataques terroristas...). São sofredores permanentes. Já nem sentem dores.

Acima dos párias, miseráveis e pobres, há os que, apesar das incertezas, angústias e perigos, podem viver com certa “dignidade”. No topo, os detentores da riqueza mundial; milhões que edificam o império das injustiças sociais.

Todos estes terráqueos – almas em passagem fugaz – estão, salvo alguns em missão, atravessando estágio de “provas e expiações”. Estas implicam em sofrimento: físico ou psíquico. A dor, inevitável, mas de temporalidade e gradações diferentes, pode vir de várias formas: doenças, acidentes, torturas físicas ou morais, violências, fome aguda ou crônica, subjugação aos vícios, perda precoce de entes queridos, destruição da família ou incidência de problemas graves, tédio, crise existencial, evaporação do patrimônio material...

A permanência no sofrimento é exceção. Normalmente, a vida caminha, mesmo por trilhas ilusórias, na busca da felicidade. A maioria ilude-se com o TER, e nele navega feliz, esquecendo-se do SER. De repente, o golpe, o açoite violento em suas variantes jamais cogitadas. Se abrirmos nossa janela ao mundo, veremos a sucessão de imensas tragédias, individuais ou coletivas – produto do engenho humano ou fenômeno da natureza. A temporalidade da dor depende da administração do evento danoso.

O sofrimento é inexorável. Vem quando menos se espera. Emerge quando tudo parecia certinho e bem engrenado com os TERES abundantes: poder, riqueza, honrarias etc. Nessa inexorabilidade, o segredo do Ser Humano em sua travessia terrena consiste, alinhando-se em Huberto Rohden e outros avatares, em Saber Sofrer. Duas premissas:

Primeiramente, entender que, na acontecência do sofrimento, não existe acaso. Tudo o que nos acontece prende-se ao enlace cósmico: não há efeito sem causa.

Segundo, acolher na ensinança ancestral: o sofrimento é o “fogo que queima” a chaga psíquica, raiz de todos os males (Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados – Mt 5:4).

Por derradeiro, aceitar o sofrimento com espírito forte. Sem lamúrias, sem revolta, sem raiva, sem imprecações, sem fuga à vida... Resignar-se, mas de forma ativa. A derrota, jamais. Trazer, de dentro de si, o poder incomensurável da Substância Primaz (a Essência da Alma) que supera, que avança, que atravessa qualquer sítio inóspito.

“Sem sofrimento não há evolução superior, mas perpétua estagnação” – in Porque Sofremos, H. Rohden. Assim, é apoteótico para a Alma, em sua trajetória cósmica nesta fugaz travessia humana, ultrapassar o momento do sofrimento com altivez e vê-lo desfazer-se à retaguarda. Constitui um reconhecimento fundamental de que a vida é uma Dádiva Divina e, filhos do Criador Incriado, jamais seremos abandonados ou remetidos à treva eterna: SOFRIMENTO→Oportunidade de Purificação.

Klinger Sobreira de Almeida – Mil. Ref.

Membro Fundador-Efetivo ALJGR/PMMG

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http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/05/soneto-verdade-xxxviii-sofrimento.html

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 18/04/2017
Reeditado em 17/05/2017
Código do texto: T5974152
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