DESIGUAL (soneto)

No passo, tateio a loucura que figa

Vagando na rígida profundidade

Duma lucidez de só ver a metade

Onde se díspar e muito se intriga

Não há ilusão sem a tal suavidade

Que agora me traga n'alma fadiga

Ou tão pouco no horizonte ortiga

Amargando o hoje de infelicidade

E, não mais me escondo pela vida

Nem abandono mais a dor rapariga

Quero apenas, precioso, poder ser

Sem o normal, abismal, sem ferida

Afinal, ter harmonia na ação parida

É ser desigual, mas o amor, haver!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Mês de maio, 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 02/05/2017
Reeditado em 30/10/2019
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