REFLEXÕES DE UM ADEUS (soneto)

Calado, ouvindo o silêncio ranger

Imerso no pensamento solitário

Gritante no peito o medo a bater

Do adeus, e que no fado é vário

Agora, cá no quarto, a me deter

Angústias do cismar involuntário

Que o temor no vazio quer dizer

E a aflição querendo o contrário

São duas pontas do nosso viver

No paralelo do mesmo itinerário

De ir ou ficar moendo o querer

E neste tonto e rápido breviário

Que é o tempo, me resta varrer

Os espantos, pois imutar é diário

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

01 de maio de 2017 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/05/2017
Reeditado em 30/10/2019
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