APENAS POETA (soneto)

O silêncio cai solitário neste coração amante

São ruídos que aram a alma profundamente

Dos sonhos que terminaram secretamente

Derrubando castelos e até mesmo o instante

Não há remissão e tão pouco dor clemente

Somente o vazio em um rodopiar constante

Soluçaste por estar tão só, e tão arrogante

Sentado à beira do caminho, ali pendente

As quimeras terminaram, não mais sonante

Não há sentinelas, nem armas, só vertente

Da realidade eu não soube ser um vigilante

A sensibilidade alanceou, agora no poente

Sou apenas poeta, na poesia um imigrante

Já amor! Ah, este, meu eterno confidente!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, maio - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/05/2017
Reeditado em 30/10/2019
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