RODEIO DO TEMPO (soneto)

Sinto o vento áspero que repousa em mim

Na noite do cerrado, entre o céu e o chão

Bafejado do horizonte, imbuído na emoção

Desfolhando a poesia enroladas em cetim

Sinto o solfejo do inverno de julho, então

Me cubro com a brisa de sonho carmim

Corrompendo o fado, e erguendo jardim

Criando quimeras no alquebrado coração

Meu corpo é alado tal ficção de folhetim

Dessangrando nas saudades de paixão

Suspirando os reveses deixados no fim

Fecho os olhos e me vejo na imensidão

Da captura, breve, tal ledices de festim

Deste rodeio do tempo, cheios de ilusão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 01/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
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