MATUTINA (soneto)

Na manhã matutina do planalto

Vagueia o horizonte tão rubente

Numa dança de cor em contralto

Cintilando o azul do céu nascente

Ultrapassa os jardins do asfalto

Sem esquinas, nuvem ausente

No espetáculo como ponto alto

Riscando o cerrado num repente

E o vento chia, é julho, tão frio

Brasília de curvas retas, feitio

Sereno, num panorama pleno

Rompi o dia em arauto gentil

Ipês floridos, de sertão bravio

E amanhecer nunca pequeno

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, julho - Planalto central – Brasília

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
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