ESPAÇO VAZIO (soneto)

Há ilusão seca tão desfolhada

No apertado do amor ignorado

Nas lágrimas no olho chorado

No vento de uma dor soprada

Assim, tão só e tão esgotado

Com a alma ao vento, levada

A revelia, e sem mais nada

O olhar vai ao chão, atado

Só se vê silêncio no peito

Sem rima, sem poesia, leito

Apenas o ritmo com arrepio

E neste tal suspiro tão sujeito

Que fala, respira, tira proveito

A emoção é um espaço vazio...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, julho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
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