6478-SONETO À VERDADE XLIII-LIÇÃO DO HERÓI SARGENTO MARCOS-Noneto nº 75-Soneto-Por Silvia Araújo Motta-Interação com Klinger Sobreira de Almeida

6478-SONETO À VERDADE XLIII-LIÇÃO DO HERÓI SARGENTO MARCOS

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Noneto-Poético-Teatral Nº 75-Soneto nº 6.478

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil (*)

Interação-interpretativa da reflexão de

Klinger Sobreira de Almeida, Cel.PM.Ref.

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Salve o Herói; salvou reféns sofridos...

O Cabo Marcos Marques Silva os viu

entre assaltantes, vivos, mas rendidos!

Miliciano seu dever cumpriu.

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Um Juramento fez nos tempos idos;

nossa BANDEIRA, um mastro já subiu!

Brilha entre os astros, rastros são mantidos...

Sobreviventes dão-lhe aplausos mil.

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Se Tiradentes deu a própria vida...

Guimarães Rosa, aos mortos, a Oração...

Com lucidez, Caserna ensina a lida.

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Vídeos comprovam tiros que levou.

Missão cumprida, com fuzil na mão:

_Por HEROÍSMO, Cabo ao chão tombou.

---Por "Ato de Bravura" Cb. é Sargento!---

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Belo Horizonte, quarta-feira, 19 de julho de 2017.

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6059079

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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, CDC; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).

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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/07/blog-post.html

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Confrades e confreiras,

Um exemplo vivo constitui uma verdade incontrastável. O cabo Marcos, abatido pela barbárie dos “Novos Jagunços”, evidenciou uma Verdade. Eis o tema XLIII da série “Rastreando a Verdade”.

Saudações Rosianas,

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. Ref.

Presidente ALJGR/PMMG

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Rastreando a Verdade (XLIII)

LIÇÃO DE HEROÍSMO!...

Em alentada reportagem – Estado de Minas, 17Jul, 2ª feira, p. 13/14 – repórteres narram o terror que os “Novos Jagunços” vêm trazendo às cidades mineiras.

A reportagem pelo seu conteúdo investigativo/informativo merece ser lida e refletida. Todavia, chamou-me a atenção um pequeno trecho relativo à recente ação da bandidagem em Santa Margarida/MG, que transcrevo em negrito: “...As imagens do assalto, com reféns na carroceria de uma camionete – o que levou o PM morto a não revidar os disparos – viralizaram nas redes sociais.”

O fato traz-me relembranças do início da carreira policial, idos de 60, quando tive mestres da envergadura dos coronéis Norberto, Pedro Ferreira, Leite Barbosa, Aderbal... Com eles, aprendemos, na teoria e na prática, que o policial, além de conhecedor da profissão na profundidade de suas técnicas, tem de ser corajoso e supremo no enfrentamento. E internalizamos: o policial, no seu mister – o perigo sempre rondando! – é um ser dativo. Sim, dativo na plenitude, pois a profissão condiciona-o, nas circunstâncias críticas, a doar a própria vida em defesa de outrem.

O autêntico e lídimo policial – o profissional do “fazer polícia” – sabe enfrentar o bandido. Conhece as técnicas e as táticas de abordagem. Nada o faz recuar, quando em defesa da comunidade sob sua proteção. Porém, nos entreveros, ele está sempre atento às cautelas que lhe ensinam os manuais, produtos da experiência secular dos mestres: (1) não se revida tiros de bandidos no meio do povo, pois o fogo cruzado torna-se um perigo para os circunstantes e, via de regra, penaliza o inocente; (2) não se atira, quando há possibilidade de atingir um refém; a vida deste é sua responsabilidade.

Os vídeos da ação criminosa de Santa Margarida mostram, com uma clareza meridiana, que o cabo Marcos, armado de fuzil automático, surgiu de inopino, e poderia ter fuzilado os bandidos da carroceria. Porém!... Sua percepção instantânea fez emergir “a barreira humana”. Se atirasse, o refém seria morto. Sua decisão, segundo o protocolo policial, foi correta: absteve-se de acionar sua arma (certamente, em fração de segundos, teve a percepção da morte em cumprimento do dever).

O cabo Marcos, agora sargento, ao abrir mão da própria vida para não matar um ou mais reféns, cumpriu o juramento que fizera perante a Bandeira Nacional ao ingressar na PMMG. E mais: ratificou, num heroísmo vivo, as lições que apreendera na caserna tão vilipendiada por difamações dos vendilhões da pátria.

Cabe, pois, nesta breve reflexão, fechá-la parafraseando o final da Oração com que o Cap. Méd. Guimarães Rosa, em Mai1933, no quartel do 9º, saudou os mortos do Túnel da Mantiqueira: “Porque os soldados da Força Pública mineira vivem para a defesa da sociedade, morrem por ela e, depois disso, ainda são conclamados para lembrar aos camaradas sobreviventes a viver protegendo a sociedade e, como se deve, quando necessário, doar sua vida para salvar o próximo.”

SALVE, ó Sargento Marcos Marques da Silva! Você não foi o primeiro nem será o último miliciano a tombar no cumprimento do dever. Você ingressou na falange dos heróis sob o comando do imortal Alferes Tiradentes!

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM Ref.

Presidente ALJGR/PMMG

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 19/07/2017
Reeditado em 19/07/2017
Código do texto: T6059079
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