ESPAÇOS EM BRANCO (soneto)

No inverno do cerrado, seco... desbotado

meio tons desalentados, em duros suspiros

a vida no acinzentado pousa baços retiros

que no vário tece um baralhado bordado

Ao fim do dia, o tardar e ventos em giros

tudo se confunde no abstrato e, é levado

aos amuos incógnitos, ali tão rebuscado

dos balés rútilos dos voos dos lampiros

Há esparso fumo nos cenários fustigados

melancólicos, vão pelos ipês descorados

dum colorido breve, caídos no barranco

Os tortos galhos tão áridos, empoeirados

nostálgico, dão variegados tons anuviados

pra assim versejar os espaços em branco...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, agosto - Cerrado goiano

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/akjtpB_WT-A

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 01/08/2017
Reeditado em 01/08/2021
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