Ciclo Infindo

"Rasgo dos mundos o velário espesso; E em tudo igual a Goethe, reconheço. O império da substância universal!"

(Augusto dos Anjos)

Ciclo Infindo

Sou só filamentos de luz etérea

Retidos na imensidão do universo

Nesse metafisicismo adverso

Desmembrados do halo da matéria

A energia motriz que em mim reluz

Também me arrasta no sentido inverso

Com movimento circular disperso

Remetendo-me ao caos que me traduz

Impercebivelmente vago a esmo

Qual tento potencial de si mesmo

No entanto, preso a uma ordem infinda

E a luz: intra-atômica funcional

Alimenta meu campo vibracional

No pós-morte há de estar comigo ainda