A hora final

Um dia me verás ao longe em espectro,

É minha alma reluzindo ao horizonte,

Não sei se serei acolhido pelo paraíso,

Pois escolhi a ruína do meu poente!

Tu me olharás silenciosamente,

E eu te olharei também, com nostalgia,

E partirei, depois de tantas poesias,

Para a porta de trevas aberta em frente.

E ao transpor as fronteiras do Inferno,

Eu, calmo, direi: — Que eu seja condenado!

Ao mar do desatino, ao sofrimento sufragado.

E nas orações de despedida, se houver!

Não diga descanse em paz, pois serei julgado,

Por toda a caridade que sei que deixei de fazer.

ROGERIO WANDERLEY GUASTI
Enviado por ROGERIO WANDERLEY GUASTI em 17/08/2017
Código do texto: T6086366
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