6589-SONETO À VERDADE XLVIII-SINCERIDADE-LUZ DO CARÁTER - Noneto-Poético-Teatral Nº 81-Soneto Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil - Interação com Klinger Sobreira de Almeida, Cel.PM.Ref.

6589-SONETO À VERDADE XLVIII-SINCERIDADE-LUZ DO CARÁTER

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Noneto-Poético-Teatral Nº 81-Soneto nº 6.589

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil (*)

Interação-interpretativa da reflexão de

Klinger Sobreira de Almeida, Cel.PM.Ref.

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Sinceridade é o princípio e fim,

cumpre o papel ativo, sem ter dor,

clama a atenção, entoa seu clarim,

a confiança é clara, colhe amor.

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Hipocrisia é terrível, sim:

_Rasteja em trevas, traz do fel, sabor,

o fingidor pratica o mal afim,

pois mostra face, sem mudá-la a cor.

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Lados opostos sobem graus diversos;

a "fauna" é imensa e vem de priscas eras;

toda a VERDADE é luz que inspira versos.

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Um lado brilha... reina e o SER cobre,

no outro, sombra não tem mais esperas.

SINCERIDADE é Luz: Caráter nobre.

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-Email:clubedalinguaport@gmail.com

Belo Horizonte, MG, 26 de Setembro de 2017.

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6125061

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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).Email:clubedalinguaport@gmail.com

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Rastreando a Verdade(XLVIII)

SINCERIDADE→Luz do Caráter

“A Sinceridade é o princípio e o fim de todas as coisas; sem Sinceridade nada seria possível...” (Confúcio)

Sinceridade e Hipocrisia são duas posturas relacionais opostas. Esta retrata o indivíduo dissimulador. Enganador. Fingidor. Falacioso. Trapaceiro. Caviloso. Mentiroso. Aquela, a pessoa reta. Franca. Leal. Autêntica. Íntegra. Genuína. Coerente.

Como somos uma humanidade imperfeita, em que a maioria ainda não alcançou elevação consciencial: sinceros, em menor número, e hipócritas, em diferentes graus, misturam-se. Emergem, então, no cotidiano, os entrechoques, as querelas, as demandas, os entreveros, as desforras, as frustrações, os choros, as vinganças...

Por conseguinte, no torvelinho do convívio humano, deparamo-nos com figuras variadas: o político que promete e não cumpre, ou se corrompe; o agente público que se vende, presa fácil do corruptor ativo; o industrial que falsifica produtos; empresários que alcançam sucesso nas vielas das tramoias; o comerciante venal; o homem do povo que se pauta pelo exemplo negativo etc. A “fauna” é imensa, e vem de priscas eras.

A Hipocrisia é terrível! Quando se lê, independente de crença ou religião, as passagens do Mestre dos Mestres uma dimensão condenativa chama a atenção.

Cristo foi todo amor. Fez milagres. Profetizou. Porém!... Poucas vezes indignou-se. E uma delas erigiu-se em discurso veemente. Encontramo-lo em Mateus, capítulo XXIII, 39 versículos: Sermão dos Ais. Nele, desafivela a máscara dos fariseus. Desnuda-os. Mostra a face enganadora dos “donos da verdade”: aparências, ardis e mentiras. Apoda-os, iterativamente, de hipócritas.

Na linha de Jesus, muitos avatares consagraram a Sinceridade e anatematizaram a Hipocrisia, como o fez Gibran Khalil Gibran na metáfora das sete vezes em que desprezou sua alma, quando a viu: 1ª) disfarçar-se em humildade para alcançar a grandeza; 2ª) coxear na presença dos coxos; 3ª) praticar um mal, e consolar-se com o fato de que outros o praticam; 4ª) entre o fácil e o difícil, escolher o fácil; 5ª) desprezar a fealdade de uma face que não era senão uma de suas próprias máscaras; 6ª) humilhar-se por covardia, e atribuir sua paciência à fortaleza; 7ª) considerar uma virtude o elogiar e glorificar os poderosos.

Assim caminha a humanidade! De um lado, no vetor do conhecimento, vem dando saltos fabulosos. A tecnologia transfigurou o mundo nas últimas dezenas de anos. É tal o avanço e a impetuosidade das modificações, que o homem hodierno se diz contemporâneo do futuro. Mas, de outra parte, focada a civilização pelo “vetor consciencial”, o progresso se faz lento, penosamente lento, criando-se um gap (hiato) entre as duas linhas evolutivas rumo ao infinito. Aquela bem no alto, e esta rastejando.

Nesse contexto da marcha cósmica é gratificante constatar, no entanto, que, na abertura espiritual da humanidade, os valores morais vão ocupando maior espaço na mente do ser, e a Hipocrisia, embora ainda reinante, esmaece gradualmente seu colorido trevoso. Concomitantemente, pruridos de Sinceridade assolam a conformação do caráter. Quem sabe, daqui a alguns anos, a Luz substituirá as Sombras.

Klinger Sobreira de Almeida – Militar Reformado

Presidente Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG

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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/09/soneto-verdade-xlviii-sinceridade.html

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 26/09/2017
Reeditado em 28/09/2017
Código do texto: T6125061
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