ENCOSTO VIL.
A muito não busco a priori algo inusitado,
Deixo minha alma inerente ao meu corpo,
E faço vistas distanciadas do passado,
Ao futuro adoto um tratamento morno.
Ansioso eu sou, mas tenho consciência,
Não me afogo no regurgito da empáfia,
Basta-me o medo do tormento doloroso,
Invocando os tempos áureos da cachaça.
Ao banhar-me lavo corpo e lustro a alma,
É com sal grosso que preparo meu deleite,
O mundo moderno minou a nossa calma.
Hoje a criança já nasce com seu estresse,
Um mal repartido pela mãe em seu delírio,
Um encosto vil que vai levá-lo ao cemitério,
PUBLICADO NO FACE EM, 14/11/2013
LUSO POEMAS, 14/11/2017