O TRIOLÉ NÃO É RONDEL OU RONDÓ

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Estudos Literários

 

Também originário da França (triolet), ao mesmo tempo em que o rondel e o rondó, com os quais é confundido; o triolé tem sua própria estrutura poética. Deschamps, poeta francês medieval, julgava-o igual ao rondel, e assim há quem o considere até hoje. Caiu em desuso (completo) no século XVI e foi reerguido, na metade do século XIX, pelos poetas parnasianos. Dentre os nossos que experimentaram o triolé, destaca-se um nome ilustre, Machado de Assis.

A estrutura do triolé consta do seguinte: uma oitava, ou mais, com duas rimas apenas, de modo que o primeiro verso repete no quarto, e os dois primeiros fecham a estrofe, como o sétimo e oitavo, assim: ABaAabAB (as maiúsculas representam os versos que são repetidos como estribilho). A título de exemplo, o poema de Machado de Assis, “Flor da Mocidade”, in Falenas, 1870:

Eu conheço a mais bela flor: [A]

És tu, rosa da mocidade, [B]

Nascida, aberta para o amor. [a]

Eu conheço a mais bela flor: [A]

Tem do céu a serena cor [a]

E o perfume da virgindade. [b]

Eu conheço a mais bela flor: [A]

És tu, rosa da mocidade. [B]

Essa repetição é o marco do triolé, porque ela é como um “grifo” e a leveza do poema como uma "seta", por isso que ele é identificado com a poesia epigramática. ®Sérgio.

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Ajudaram neste estudo: Massaud Moisés - A Criação Poética; Cultrix, S. Paulo, 1977.

Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me. Só enriquecerá o texto.

Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 14/09/2009
Reeditado em 12/05/2012
Código do texto: T1809013