A POESIA PALACIANA

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Estudos Literários

 

A poesia palaciana, assim chamada porque surgiu dentro dos palácios, era feita por nobres e para a nobreza, retratando usos e costumes da corte. Era cultivada pela aristocracia nos serões (saraus).

Desenvolvida nos anos de 1400, ficou também conhecida como poesia quatrocentista. Ao contrário da poesia trovadoresca que estava associada à música e era cantada ou bailada, a poesia palaciana era composta para ser lida ou declamada nas cortes. De modo que seus autores trabalhavam com maior zelo o poema. Por isso, a poesia palaciana caracterizava-se por ser mais apurada, atraente e variada do que a trovadoresca, embora com certa artificialidade e pobre em conteúdo.

Inspiravam-se os poetas palacianos nos feitos históricos, na dramaticidade, no lirismo sentimental, sutil e sofisticado (predominante) sem abandonar, contudo, temas comuns aos trovadores medievais: a coita amorosa, a súplica triste e apaixonada e a sátira.

A métrica empregada eram as redondilhas que podiam ser de dois tipos: a rendodilha maior (com sete sílabas) e a menor (com cinco sílabas) e era normal o uso do mote (tema, motivo). Havia os subgêneros como:

O Vilancete composto por um mote de 2 ou 3 versos, seguido de glosa (desenvolve um mote, em geral em tantas estrofes quantos são os versos deste e acabando cada estrofe com um deles).

A Esparsa: expressava tristeza ou melancolia, geralmente, composta de 8 a 16 versos em somente uma estrofe, não tinha mote nem a repetição dos versos.

A Cantiga expressava temas amorosos, tinha o mote de 4 ou 5 versos ou de uma glosa de 8 a 10 versos.

A Trova não tinha tema definido, mas devia ter 4 versos ou 8 versos. Eram muito utilizadas tanto em poemas curtos como nos longos.

À Redondilha maior era a métrica comum destes subgêneros.

Todas as poesias desse período, cerca de mil poesias de 286 autores, dos mais variados tipos (da poesia religiosa a sátira), estão reunidas no Cancioneiro Geral de Garcia Resende, publicado em 1516. Entre os poetas mais destacados dessa antologia poética contam-se o próprio Garcia de Resende, João Ruiz de Castelo Branco, Jorge d' Aguiar, Aires Teles, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, entre outros. ®Sérgio.

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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 17/03/2011
Reeditado em 11/07/2011
Código do texto: T2854475