SOBRE AS TROVÍLIAS * (Experimental) *
 
 
 
O poema pode ter rimas perfeitas, ou ser construído em versos livres (sem rimas). Cada verso deve conter sete (07) sílabas (HEPTASSÍLABOS) ou (08) sílabas (OCTASSÍLABAS).
 
É composto de quatro QUADRAS, com quatro versos cada. O último verso de cada QUADRA deve ser repetido no início da QUADRA seguinte, até a quarta (e última) QUADRA em que, no último verso, repete-se o segundo verso da primeira quadra. Este segundo verso da primeira QUADRA, além de encerrar o poema, também será o título do mesmo. Isto, para finalizar o pensamento inicial em que o leitor capte o propósito do poema. Os versos são todos interligados. A abordagem é livre; pode-se usar variados temas: amor, natureza, cotidiano, social, etc...
 
Desculpando-se com um amigo querido que me sugeriu incluir o TEMA FLUTUANTE, em que os versos e, consequentemente, as rimas flutuam entre as quatro quadras, esclareço que não será aceita essa variação, posto que, desta forma, as Trovílias perdem a sua peculiaridade, que é de repetir, sempre o verso anterior na quadra seguinte. Abaixo, a seguir, exemplifico, em uma de minhas Trovílias, para que o leitor se familiarize com elas.
 
Obs.: As Trovílias devem sempre estarem no plural (trovílias) e não no singular (trovília) pois, em se tratando de mais de uma Quadra (ou Trovas, pois continuo clasificando-as como Trovas, tb.), cabe denominá-las no plural, nesse caso.
 
Ex.:
 
TROVÍLIAS
(Experimental)


 
BEIJA-FLOR POUSA LÁ FORA!
 
Um sabiá lá fora canta
Beija-flor pousa lá fora...
Vejo a beleza que encanta
De minha janela agora...
 
De minha janela agora
Vejo o sol agonizar
Até o romper da aurora
Eu observo o luar...
 
Eu observo o luar
Como amante à espreita.
Sou poeta de além-mar
A rima pobre que enfeita...
 
A rima pobre que enfeita
Os versos que faço agora.
E, na noite rarefeita,
Beija flor pousa lá fora...
 

(Milla Pereira)


 
Amigos!
Um pouco ausente, mas sempre presente.
Desejo-lhe um ótimo dia!