TROVAS DA MINHA VIDA

I

De vez em quando escrevo

sem desejo de parar;

de vez em quando me atrevo

viver só para te amar!

II

Hoje a vida está mais bela,

mais lindo está este dia!

Será por que penso nela

quando escrevo a poesia?...

III

Estou em estado de graça,

é o que diz meu coração;

a cada minuto que passa

faço um verso, uma canção!

IV

Quando chegar minha hora

vou olhar nos olhos teus;

e num beijo demorado

vou dizer o meu adeus!

V

Eu quero viver contigo

sem temer qual seja a sorte;

nas asas do teu abrigo

sinto-me muito mais forte!

VI

Acordei-me bem cedinho,

bem antes do sol raiar;

com teu gesto de carinho...

com você a me beijar!

VII

Eu quero cantar a vida,

cantar a paz e o amor;

mesmo sabendo na lida

que não sou bom cantador!

VIII

Chuvinha fina caindo...

cheiro de terra molhada...

Agricultores sorrindo...

sonhando co'a invernada!

IX

Não vi estrelas na noite,

muito menos o luar;

somente ouvi o açoite

da chuva a se derramar!

X

Choveu pela noite inteira

chuvas dadas do Senhor;

chuva fina, de primeira,

para o nosso agricultor!

XI

Preciso dormir agora

para acordar bem disposto;

com o esplendor da aurora

e o brilho do teu rosto!

XII

Que maior prazer existe

neste mundo de terror,

do que quando estamos triste

receber o seu AMOR!?

XIII

Depois de um dia de luta,

de contas para pagar;

esqueço toda labuta

quando tu vens me beijar!

XIV

Quem dera a vida passar

cantando tua formosura;

e cessando o meu cantar...

cantasse minha alma pura!

XV

Quem dera fazer um verso

como se fosse um trovão!

Um raio riscando o universo,

brilhando na imensidão!

XVI

O poder que tem teu beijo

eu não posso calcular;

ele acende o meu desejo e

meu amor faz aumentar!

XVII

A inveja é u'a doença

que mata antes da morte;

destrói o amor e a crença

de quem pensa ser mais forte!

XVIII

O amor que tu me dás

é quase sem ter medida;

enche o meu peito de paz

e de prazer minha vida!

XIX

Eu sou poeta-pintor,

digo-vos com alegria;

desejo pintar o amor

co'as cores da poesia!

XX

Enxuto, de roupas novas,

não pensei ficar molhado;

mas co'uma chuva de trovas

meu peito foi inundado!

XXI

Que maravilha é criar!

Fazer a obra concreta;

sinto prazer em pintar...

faz-me sentir mais poeta!

XXII

Apesar de tanta prova,

da luta ser mui renhida,

eu louvo a Deus nesta trova

por mais um ano de vida!

XXIII

Passando por grande luta

eu não quis ver o reprise;

usei minha mente astuta:

tirei o S da CRISE!...

XXIV

O Neymar pisou na bola,

O Neymar manchou seu nome,

ao tirar de sua cachola:

"Paraíba morta fome!"

XXV

O meu verso ele é simplório,

sem nenhuma erudição;

entretanto o repertório

garimpo no coração!

XXVI

Aquele que estende a mão

ao irmão necessitado,

prova ter bom coração,

Deus lhe faz abençoado!

XXVII

O beijo que eu quis te dar

em uma hora não daria...

Seria pouco pra beijar

a tua boca - POESIA!

XXVIII

Cansado estou de injustiça

contra quem só faz o bem;

quem, por maldade, atiça

a chama do ódio que tem!

XXIX

Teu amor é tão profundo,

É sublime e verdadeiro;

O meu sempre é o segundo...

Pois o teu é o primeiro!

XXX

Minha vida com tua vida

Fizeram grande fusão;

Pois as duas estão unidas

Como num só coração!