PELO TRENZINHO DO PINÓQUIO

A mamata quando nasce

Vira só corrupção

E o povo quando cresce

Grita só por solução.

O pinóquio do Gepetto

Vai perdendo seu reinado

Cada dia mais afeito

A negar o todo errado!

A lambança do cenário

Tá de fazer arrepio

Faz do povo um otário!

Dentre os engodos mil.

Só se ouve do palanque

Que o caos é passageiro

E o povo na tsunami

Passa e cai no atoleiro.

Se ficar ou se sair

Não é o mérito da questão!

O que vale é distrair

Do povo a atenção.

Todo mundo tá nas ruas

Por triste desolação...

O pãozinho um absurdo!

Dentre a alta da inflação.

Os doentes moribundos

Clamam pela nossa mão

Sequer há um leito oculto

Pra bagunça em convulsão.

Violência sem saída

Hoje é pauta do estatuto

Muda a idade a ser punida?

A educação segue em luto!

O lixão segue bombado

Pelas vidas desprezadas

Até o mosquito tá danado

Pegou dengue nas calçadas.

O descaso tomou conta...

Tudo está abandonado!

Nem a água se encontra...

Nem lá no supermercado.

Desemprego alucinado...

Comércio em liquidação

Todo o chão foi leiloado

Quem dá mais pela porção?

Na porção do óleo preto

Houve até valoração!

Até quando todo o gueto

Foi pego metendo a mão.

Foi dinheiro na cueca

Mensalinho, mensalão

Foi o tempo todo festa!

Até o caos do Petrolão.

Cai ministro toda hora...

Ninguém tem a solução

Gritou-se a vitória inglória,

Que traria a comoção.

O povo foi enganado

Pelo truque do estômago

Tudo foi bem planejado...

Mas a fome agora; é âmago.

A criança quando nasce

Já nasce no mesmo chão

Que agoniza na barbárie

Dum tempo de assolação.

Todo o povo reza junto

Não lhe há a separação

Mas a voz que grita o agudo

Fomenta a desunião.

A mamata quando nasce

Se esparrama pelo chão

Tá difícil largar o osso

Do trabalho do povão.

A festança quando acaba

Todo mundo sai à francesa

E o povo quando acorda

Põe a correr a realeza.

Vida boa quando nasce...

Não quer ter mais trabalhão!

Mas um chão que refloresce...

É una voz; é união.

Um corrupto quando morre...

Move comemoração,

Muitos mata pela fome

O que rouba do irmão.

Deus permita que algum dia

Não nos haja indigestão

Por mais um trem da alegria...

Nos trilhos desta Nação.