Conto Nublar #052: EFUSÃO DE HISTÓRIAS NUBLARES

Hoje o céu brasiliense nasceu pra conto. O termômetro marcava 18°C e a umidade relativa do ar estava em 97%. Uma ótima condição para um dia chuvoso, mas a nos dar esperanças de bastante nuvens contistas. E não deu outra coisa.

Apesar do friozinho que me convidava a permanecer mais tempo debaixo do edredom, espreguicei-me de ambos os lados e logo me levantei antes que cedesse aos apelos do ócio. O chuveiro estava bem quente e ativou-me prazerosamente a circulação, de lá saindo já mui bem disposto.

Suzana acordara um pouco antes e já preparara o desjejum que provocava-me o apetite num apelo irresistível, como sempre acontecia. Demos graças e, apressuradamente, sorvi aquele pequeno almoço que fui um regalo celeste.

De posse do meu iPad, saí à varanda a apreciar o nosso entorno. Uma tênue névoa nos impedia de ver além dos dez metros de nós. Um acanhado vapor d'água subia graciosamente em direção ao céu que pintava de um cinza ameno. O sol não dava as caras e já eram 9 horas da matina. Logo hoje que acordei com a inspiração em alta e nada de sol nem de nuvens. Era de um gris total tingindo os 360° côncavo semiesférico da abóboda celeste.

Exatamente às 10h 25min, uma fresta se abre a leste e um rastro artisticamente bem entalhado dá sinal que belas histórias poderão ser despejadas daquela mágica janela que generosamente se abre sobre o Recanto das Emas. A impressão que me dá é de belos seres majestosamente vestidos de veludo cinza degradé estavam a me saudar e fazendo sinal para que eu subisse até eles. “Mas como subir até lá sem escada ou algum fog...”, ia pensando quando fui interrompido por uma escada de nuvens que descia até mim e me elevava até as mais altas nuvens. Um luxuoso lobby todo esculpido de nuvens cintilantes. Algo incrível! Não era possível tudo aquilo está acontecendo! Só poderia ser um transe ou um sonho. Acho que eu devo ter olhado demais para os céus de Brasília e devo agora estar delirando. Só pode ser!

Mas eu não perderia um mínimo detalhe que fosse de tudo aquilo. Daria inúmeras histórias e eu não queria jamais. Cada forma que o vento esculpia mais e mais me fascinava e me dava belas inspirações para futuros novos contos. Aliás, dou glórias a Deus por ter dotado o vento de tantos atributos deste poderes energia eólica ainda pouco explorada, mas limpa e renovável, a esta capacidade de conduzir as nuvens do mar para a terra e da terra para outras terras a fim de levar a renovação de vida realimentando com as chuvas lençóis freáticos, rios subterrâneos, lagos e rios. Além de todos esses atributos, enquanto faz esse importante trabalho ainda nos brinda com mutantes esculturas a nos inspirar infindas histórias nublares.


Até as próximas!

Tente você também extrair das nuvens e de sua imaginação um belo conto nublar!


 

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 23/01/2013
Reeditado em 10/04/2013
Código do texto: T4101172
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