Uma revolução de valores A promessa da mudança multicultural Bell Hooks (Resenha)

Esta é uma resenha de um capitulo do livro: Ensinado a Transgredir: a educação como pratica da liberdade de 2013. Da autora Norte Americana professora, feminista, ativista negra Bell Hooks.

Começo a resenha com uma frase do livro onde Hooks faz um apelo a renovação das praticas de ensino dizendo: “peço a todos que abram a cabeça e o coração para conhecer o que está, além das fronteiras do aceitável, para pensar e repensar, para criar novas visões, celebro um ensaio que permita as transgressões, um movimento contra as fronteiras e para, além dela. É esse movimento que transforma a educação na prática da liberdade”.

No capitulo 2 uma revolução de valores a promessa da mudança multicultural, a autora conta a história dela no tempo da escola ainda durante o apartheid nos Estados Unidos conta da transição que os negros fizeram ao sair de escolas de negros e atravessaram a cidade para estudar em escolas de brancos e ter que conviver em uma realidade diferente das suas, além de ter que conviver com segregação imposta pela supremacia branca. Hooks fala da formação de um grupo progressistas de alunos brancos e negros intelectuais, boêmios, artistas que segundo a autora formavam uma “panelinha inter-racial” que desejavam criar sua cultura própria. A autora fala da dificuldade de haver uma democracia racial, e de se relacionar com os brancos, naquela época mesmo se a amizade fosse verdadeira porque a sociedade era racista e injusta. Lembra o sonho de uma jovem que no passado sonhava apaixonadamente com uma visão de transformação social baseada na crença fundamental de uma ideia radicalmente democrática de liberdade e justiça para todos. Essa mudança era almejada, através das atitudes cotidianas de valores e hábitos que refletiam a liberdade e sua principal preocupação era acabar com o racismo.

Hoje após muitos anos do tempo de escola e do apartheid a autora destaca a ascensão da supremacia branca e o moderno apartheid social e econômico que separa negros e brancos, homens e mulheres na atualidade. Lembra da luta contra o racismo, o sexismo e opressão. E reflete sobre o nosso compromisso com a liberdade se perguntando quais valores e hábitos estamos levando conosco para criar um mundo melhor de liberdade e justiça.

Hooks nos alerta para aqueles que falsamente dizem ser a favor de viver uma vida cheia de valores e hábitos comprometidos com a justiça e a liberdade. Mas que na verdade aprovam um sistema de dominação e ajudam a criar um mundo de opressão. Estes acreditam ser natural a opressão e dominação dos fracos e impotentes. Hooks aponta para um cenário atual e diz que existem muitas pessoas interessadas em desenvolver um nacionalismo estreito ao isolacionismo e à xenofobia. Os neoconservadores tentam impor a ordem do caos e falam em voltar ao passado. Falam em família tradicional e querem se fechar em seu próprio grupo, região, raça, classe e assim por diante.

A autoras ressalta a negação do racismo por brancos e até por alguns negros, estes afirmam ingenuamente que as oportunidades de igualdade social existem e estão ai, para que qualquer negro consiga alcança uma boa condição financeira. Hooks nos diz ainda que a causa dessa negação esta na cultura da dominação que promove os chamados por ela “vícios da mentira e da negação” que toma forma muitas vezes pelos meios de comunicação de massa.

Diante de todas essas questões Hooks nos pergunta o que nos impede de avança para uma revolução de valores que nos permita viver diferente. Diz ainda que temos que “transcender nossa raça, tribo, classe, país”.

Encerro essa resenha com mais uma frase inspiradora de Hooks que diz: “temos que afirma nossa solidariedade por meio da crença num espirito de abertura intelectual que celebre a diversidade, escolha a divergência e se regozije com a dedicação coletiva à verdade”.

Taiana Carvalho Paiva
Enviado por Taiana Carvalho Paiva em 25/10/2018
Reeditado em 23/03/2021
Código do texto: T6486039
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