Demorei a encontrar um caminho viável para publicar um livro sem sair no prejuízo. Não concordo que quem escreve livros deva ficar feliz apenas em divulgar seu trabalho caso não consiga romper o funil das grandes editoras, que hoje atuam por critérios obscuros ditados pelos bancos que as controlam. Grandes editoras quase nunca seguem pelo caminho que privilegia o bom conteúdo. O trabalho do escritor é um trabalho intelectual e deve ser valorizado em primeiro lugar pelo próprio autor. As grandes editoras rejeitam muito mais do que abraçam; já a maioria pequenas editoras inviabiliza uma margem aceitável de ganho para o autor, pois o preço final do livro produzido por elas é inexplicavelmente alto e pouco promissor para a comercialização. O intrigante é que a maioria dessas pequenas editoras não distribuem o livro em livrarias (alegam que isso tornaria o preço impraticável) e geralmente cobram à parte pelos serviços de revisão de texto. Ou seja, sei o que me custa o trabalho de escrever com a intenção de construir uma consciência em meus textos, não posso sabotar o objetivo da minha arte ao aceitar condições que não me parecem dignas dela.

Empreendi meu tempo numa busca aguerrida por gráficas que oferecessem um valor unitário por impressão que fosse atraente; elaborei a ideia da capa; realizei a diagramação; fiz o registro na Biblioteca Nacional para obter o ISBN e montei a ficha catalográfica. Além disso, se eu mesmo investir na divulgação, tenho certeza que os resultados serão muito melhores do que esperar que qualquer outra editora o faça, sejam pequenas ou de grande porte. O fruto final do meu investimento ficou magnífico. Na jornada para lançar minha obra, foi de extrema importância a interação com outros autores independentes pelas Redes Sociais e por depoimentos que assisti no YouTube. Sem dúvida, a Internet é capaz de democratizar muitas atividades que ainda seguem por um modelo feudal.

Ainda esta semana, oferecerei o novo livro para os camaradas e as camaradas que curtem me acompanhar lendo meus devaneios. Certamente, a generosidade de cada leitor é que faz a manutenção do meu idealismo, da minha fé na escrita e no poder revolucionário da palavra. Meu marketing não almeja o sucesso, mas anseia mover um único grão de areia que possa inspirar os espíritos capazes de transformar o mundo. Sim, sou um subversivo.
Alexandre Coslei
Enviado por Alexandre Coslei em 14/05/2019
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