CRIEI MEU PRÓPRIO DIALETO

Casamento dá certo para quem não é dependente.

A verdadeira viagem de descobrimento não consiste
em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos.

Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente.

A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias.

Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo.

Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor
se não tiver significado.

O sábio pode descobrir o mundo sem transpor a sua porta. Vê sem olhar, realiza sem agir.

Acredite em si. Engate a mente na sua boa estrela e reconheça que a sua luz interior o conduzirá sempre para cima e para frente.

Não é necessário sair de casa.
Permaneça em sua mesa e ouça.
Não apenas ouça, mas espere.
Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio.
Então o mundo se apresentará desmascarado.
Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés.

Franz Kafka

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Será uma análise? Que tal fazer a sua?

Ah! Indico...


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Kafka pertencia em vários sentidos à classe “inter-austríaca”. Natural de Praga, Judeu, e funcionário público. Usava uma linguagem peculiar "muitas vezes utilizou-se de uma característica particular da língua alemã",  para caracterizar as suas personagens, sobretudo no romance "O Processo"  que se passa no ambiente dos tribunais e das repartições públicas.

Para traduzir as obras de Kafka, é preciso, além do conhecimento profundo da língua alemã, o conhecimento da sua variante austríaca.

 
As traduções para o português geralmente distinguem-se das traduções literais, principalmente as que receberam grande destaque, como as do tradutor brasileiro Modesto Carone, direto do alemão. Explicando sua escolha por construções simples e comuns na tradução de O Processo, no posfácio, Carone disse que verter literalmente técnicas comuns do alemão para o português causaria uma estranheza não encontrada no texto original, cuja simplicidade abre espaço à dúvida no momento em que o que primeiro foi deixado claro de forma simples passa a ser desconstruído.

Como exemplo ele pega a frase inicial de 'O Processo':

Alguém certamente havia caluniado Josef K. pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum.

Ao longo do livro, contrariando o "certamente" escrito por Kafka, não fica claro nem que Josef K. foi caluniado, nem que ele foi detido, nem que ele não fez mal algum. Essas pequenas aparentes contradições, de acordo com Carone, ajudariam a criar a atmosfera tipicamente kafkiana de surrealismo.

Tanto nos posfácios de 'O Processo' como de A Metamorfose, Carone coloca que tentou manter a fidelidade dos termos jurídicos usados por Kafka para descrever seus personagens e que remetem à própria profissão que exerceu, o que dá ao texto uma aspereza técnica que amplia a alienação e o tormento dos personagens.

O estilo de Kafka parece muito simples, “clássico”. Mas traduzidas assim, em uma dimensão só, as obras perderiam a dimensão da profundidade. Já encontrei pessoas que consideravam "O Processo", essa grandiosa visão alegórica dos destinos humanos, como romance dum erro de Justiça: outros diriam até “romance policial”. A verdade é que Kafka se aproveita daquela linguagem artificial e ambígua para dar aos seus romances a multiplicidade dos aspectos em profundidade, o elemento estranho, esquisito, fantástico. É preciso traduzir isso também; e enfrentar a verdadeira dificuldade, faz parte da consciência profissional do tradutor.
 
Toda a obra publicada de Kafka, com exceção de algumas cartas que escreveu em tcheco para Milena Jesenská, foi escrita em alemão. O pouco que foi publicado em sua vida atraiu pouca atenção pública.

Kafka não terminou nenhum de seus romances maiores e queimou cerca de 90% da sua própria obra, 
grande parte durante o período em que viveu em Berlim com Diamant, que ajudou-lhe a queimar os rascunhos. Nos seus primeiros anos como escritor, ele foi influenciado por von Kleist, cuja obra ele descreveu em uma carta a Bauer como assustadora e a quem ele considerava mais próximo que sua própria família.

Contos

As primeiras obras publicadas de Kafka foram oito contos que apareceram em 1908 na primeira edição do jornal litário Hyperion, sob o título de Contemplação. Escreveu o conto Descrição de uma Luta em 1904; mostrou-o a Bord em 1905, que aconselhou-o a continuar a escrever e o convenceu a enviá-lo ao Hyperion. Kafka publicou um excerto em 1908 e duas seções na primavera de 1909, tudo em Munique.

Em um repente criativo na noite de 22 de setembro de 1912, Kafka escreveu o conto "O Veredicto" e o dedicou a Felice Bauer. Brod notou a similariedade entre os nomes do protagonista principal e da sua noiva fictícia, Georg Bendemann e Frieda Brandenfeld, aos de Franz Kafka e Felice Baeur. O conto é frequentemente considerado a obra de avanço para a escrita de Kafka. Trata da relação conturbada de um filho e seu pai dominante, a qual enfrenta uma nova fase após o noivado de seu filho. 

Kafka mais tarde revelou estar escrevendo em "completa abertura de corpo e alma" um conto que "desenvolveu-se em um nascimento verdadeiro, coberto de sujeira e lodo". O conto foi publicado primeiramente em Leipzig em 1912 e dedicado "à senhorita Felice Bauer" e em edições subsequentes.

Em 1912, Kafka escreveu o conto "A Metamorfose", publicado em 1915 em Leipzig. O conto começa com um caixeiro viajante acordando e descobrindo-se metamorfoseado (transformado) em uma criatura repulsiva. Os críticos consideram a obra uma das obras essenciais da ficção do século XX.

O conto 'A Colônia Penal', que trata de um elaborado dispositivo de tortura e execução, foi escrito em outubro de 1914, revisado em 1918 e publicado em Leipzig durante outubro de 1919. O conto "Um Artista da Fome", publicado no periódico Die neue Rundschau em 1924, narra a história de um protagonista fracassado cuja grande façanha era a de poder passar fome por vários dias. Seu último conto, "Josefina, a cantora ou o Povo dos Ratos", também lida com a relação entre o artista e seu público.
 
Os contos de Kafka foram primeiro publicados em periódicos literários. Seus oito primeiro contos foram publicados na primeira edição, de 1908, da revista bimensal Hyperion. Franz Bei, amigo de Kafka, publicou dos diálogos em 1909 que viriam a se tornar parte da Descrição de uma Luta. Um trecho do conto Os Aviões em Brescia, escrito em uma viagem à Itália para Brod, apareceram no jornal Bohemia em 18 de setembro de 1909. Em 27 de março de 1910, vários contos que mais tarde integrariam a coleção 'Contemplação ' e foram publicados na edição especial de 'Páscoa do Bohemia'. Em 1913, em Leipzig, Brod e o editor Kurt Wolff colocaram 'O Veredicto'. 'Um Conto por Franz Kafka' no seu anuário de poesia 'Arkadia'. O conto 'Diante da Lei' foi publicado na edição comemorativa de ano novo de 1915 do semanário judeu independente Selbstwehr; foi reimpresso em 1919 como parte da coleção de contos 'Um Médico Rural' e tornou-se parte do romance 'O Processo'. Outros contos foram editados em diversas publicações, incluindo a Der Jude, revista de Brok, o jornal Prager Tagblatt e os periódicos Die neue RundschauGenius e Prager Presse.
O primeiro livro publicado de Kafka, 'Contemplação', é uma coleção de 18 contos escritos entre 1904 e 1912. Em uma viagem de férias para Weimar, Brod apresentou Kafka para Kurt Wolff. Wolff publicou Meditações na editora Rowohlt Verlag no fim de 1912 (na edição, o ano está 1913). Kafka dedicou o livro para Brod, "Für M.B.", e colocou na cópia dada a seu amigo "So wie es hier schon gedruckt ist, für meinen liebsten Max — Franz K." ("Como já está impresso, a meu querido Max").
O conto de Kafka 'A Metamorfose" foi primeiramente publicado na edição de outubro de 1915 da Die Weißen Blätter, uma revista literária mensal de literatura expressionista, editada por René Schickele. Outra coleção de contos, Um Doutor Rural, foi publicada por Kurt Wolff em 1919, dedicada ao pai de Kafka. Kafka preparou uma coleção final de quatro contos para impressão, 'Um Artista da Fome', que foi publicada pouco depois de sua morte em 1924, no periódico vanguardista Verlag Die Schmiede
Kafka deixou os direitos de sua obra, tanto a publicada quanto a não publicada, para seu amigo e testamenteiro literário Max Brod, com instruções explícitas de que ela deveria ser destruída após a morte de Kafka; Kafka escreveu: "Querido Max, meu último pedido: Tudo que eu deixo para trás... na forma de diários, manuscritos, cartas (minhas e de outras pessoas), esboços, e assim por diante, deve ser queimado sem ser lido". Brod decidiu ignorar este pedido e publicar os romances e a obra completa entre 1925 e 1935. Levou consigo muitos papéis, que permaneceram sem ser publicados, nas suas malas quando fugiu para a Palestina em 1939. A última amante de Kafka, Dora Diamant (mais tarde chamada de Dymant-Lask), também ignorou seus pedidos, mantendo secretamente 20 cadernos e 35 cartas. Eles foram confiscados pela em 1933, mas pesquisadores continuam a procurá-los.

Quando Kafka publicou uma parte do espólio que estava com ele, a obra de Kafka começou a atrair maior atenção e elogios por parte da crítica. Max achou difícil organizar os cadernos de Kafka em ordem cronológica. Um problema encontrado para isso é que Kafka muitas vezes escrevia em diferentes partes do livro, ao invés de concluir um capítulo para iniciar outro e assim por diante; às vezes isso acontecia no meio, às vezes ele começava do fim e escrevia dali para o começo o restante da obra. Brod tentou organizar, com o material que tinha, da forma como Kafka aparentemente organizaria, de acordo com seus diários e cartas, muitas das obras inacabadas, para que elas pudessem ser publicadas. Kafka, por exemplo, deixou O Processo com capítulos inumerados e inacabados e O Castelo com frases incompletas e conteúdos ambíguos; Brod reorganizou os capítulos, editou o texto e mudou a pontuação. O Processo foi publicado em 1925 na Verlag Die Schmiede. Kurt Wolff publicou outros dois romances, O Castelo, em 1926, e O Desaparecido (sob o título de Amérika), em 1927. Em 1931, Brod editou uma coleção de prosa e contos não publicados em A Grande Muralha da China, que inclui o conto de mesmo nome. O livro foi publicado pela editora Kiepenheuer & Witsch. As edições de Brod geralmente são chamadas de edições definitivas.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Kafka
Maria Madalena de Jesus Gomes e Várias Pesquisas na WEB
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 07/11/2019
Reeditado em 11/11/2019
Código do texto: T6789177
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