Zênite

Zênite

lílian maial

meio-dia, meia-vida

tropeços no horizonte

sou a pino

O primeiro verso diz: "meio-dia". O último: "sou a pino". Meio-dia com sou a pino, nos diz que a medida do Zénite deve ser feita ao meio-dia, com sol a pino, nem mais nem menos. "Sou a pino" significa "sou" igual a: ele é... o eixo, portanto, a medida tem que ser feita a partir dele.

O Poetrix, no entanto, nos permite várias leituras. Vou fazer uma outra, provavelmente mais nostálgica, existencial.

Quando li o poema pela segunda vez, fiz uma leitura um pouco mais "entristecida"...

Zénite pode ser visto como um ponto de referência a ser alcançado no futuro, algo que está distante.

Quando o autor diz no primeiro verso "meio-dia, meia-vida", é como se estivesse no meio do caminho de sua existência. Dali, vislumbra um horizonte cheio de altos e baixos, passível dos tais "tropeços", que viriam pela frente.

No último verso, quando diz: "sou a pino", senti como se ele ainda tivesse muito o que fazer... sendo possível sair do ponto em que se encontra. Ainda pode brilhar, pois é o centro, o eixo de tudo.

OBS: "Na astronomia, Zênite e Nadir definem um dos eixos do Sistema horizontal de coordenadas, nele a altura de um objeto é medida, em graus, a partir do horizonte até a linha imediatamente acima do observador, logo a altura do zênite corresponde sempre a 90° e portanto integrada aos pontos cardeais".

E viva a poesia!!!

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 01/05/2021
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