UMA DAS MUITAS COISAS QUE APRENDI COM FORREST

Jenny aparece, transa com Forrest e vai embora, subitamente, como uma foragida. Então, Forrest começa a correr. Ele atravessa a cidade, o condado de Greenbow, o Alabama, entra no Mississipi. “Sem nenhum motivo eu segui em frente”. Chega em Santa Mônica. “Quando eu ficava cansado, dormia. Quando tinha fome, comia e quando precisava ir... bom, sabe... eu ia.” As cenas dos locais por onde ele passa são exuberantes. “Mas eu pensava muito mais na Jenny”.  Ela vê a reportagem sobre o corredor na TV e escreve para ele.  Repórteres incomodam: “Por que está correndo? Pela paz mundial, pelos desabrigados, pelos direitos da mulher, pelo meio ambiente, pelos animais?”. Ele vai da costa leste à oeste, do Pacífico ao Atlântico, e volta de novo. “Tive vontade de correr.” Pessoas começam a segui-lo. “Disseram que eu dava esperança às pessoas”. Forrest não era um peripatético. “Mamãe sempre dizia que a gente deve por o passado para trás antes de continuar em frente. Acho que foi por isso que corri tanto”. Três anos, dois meses, quatorze dias e dezesseis horas. De repente, Forrest pára. “Quietos! Ele vai dizer algo!”:  Eu estou um pouco cansado. Acho que vou para casa, agora. “E que nós vamos fazer?” Ele volta para o Alabama e recebe a carta dela. Vai ao seu encontro, na Rua Henry, 1947, apto. 4, em Savannah. É quando ele sabe que tem um filho... e que Jenny está com AIDS. “Quer casar comigo, Forrest?” Ele leva ambos para o Alabama e cuida dela até a sua morte. E cuida dele pelo resto da sua vida. Merdas acontecem. Às vezes, só nos resta correr.