Breguice alemã (publicado originalmente em 5/5/2018)

Fico sem entender determinadas atitudes das redes de cinema. Por exemplo: porque raios decidiram exibir um telefilme alemão aqui no Vale do Paraíba? ‘De Encontro com a Vida’, ainda em cartaz, trata de uma história real, a de um aspirante a copeiro de hotel com séria deficiência visual.

Ele teme pela rejeição e em não conseguir o emprego. Lances de comédia meio pastelão, dramalhão no pior quesito do mexicanismo povoam a fita, dirigida e com um elenco repleto de profissionais da terra de Richard Wagner e Franz Beckenbauer. Ou seja: cheio de desconhecidos, pois ninguém sabe quem faz parte do cinema

alemão. ‘De Encontro com a Vida’ força o público a chorar, mas não consegue.

Espreme suas cenas para fazer o espectador rir, porém sem sucesso. E deseja ser levado a sério por causa do roteiro baseado em fatos. Não atinge objetivo nem em 50%. Tem tanto longa-metragem não só alemão, mas francês, sueco, italiano, japonês, chinês, árabe, chileno,

argentino... enfim.

Opções não faltam e a tal rede de cinema opta (ou foi obrigada?) a pôr na telona uma produção feita para a TV e de baixíssima qualidade.

Difícil compreender. E me dá mais azia pensar que esse ‘De Encontro com a Vida’ veio da terra do Expressionismo Alemão! Se você quiser insistir e for ver ‘De Encontro com a Vida’, então te dou a dica do único ponto razoável: a atriz Anna Maria Mühe.

Ela é Laura, a moça simples por quem o protagonista Saliya (Kostja Ullman) se apaixona. Que fofo! Só que não. O script tem vários buracos e por conta disso o filme fica bastante prejudicado. Além disso, se

arrasta deveras. O público se cansa rápido. Pode parecer provocação, mas a tendência maior é a de que cada vez mais as pessoas deixem de comprar ingressos e assistam os filmes por serviços como a Netflix. Pena.

Mudo de assunto para encerrar o artigo de hoje: ‘Nada a Perder’, a cinebiografia de Edir Macedo, é até agora uma das obras que mais tem vendido ingressos. Paralelamente, o número de salas vazias é gigantesco. Isso também ocorrem com ‘Os Dez Mandamentos’.

As pessoas chegam ao ponto de distribuírem o tíquete a quem está entrando no cinema para comprar o bilhete. Não vi ‘Nada a Perder’. Não vou perder meu tempo. Tirem as suas próprias conclusões sobre isso. Chega a ser vergonhoso.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 10/05/2018
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