Entebbe, um lugar (publicado originalmente em 12/5/2018)

Um bom filme ainda em cartaz por aqui é ‘Sete dias em Entebbe’ (2018). É uma história real, baseada no sequestro de quase 250 pessoas, resolvido por meio do resgate contraterrorista levado a cabo por Forças de Defesa de Israel no Aeroporto Internacional de Entebbe, Uganda, em julho de 1976.

Uma semana antes, um avião havia sido tomado pelos membros da Frente Popular Para a Libertação da Palestina e as Células Revolucionárias da Alemanha. Eles desviaram o voo à cidade ugandense. Esses sequestradores separaram os israelenses e os judeus dos demais passageiros e a tripulação, forçando-os a ficarem em outra sala.

O ditador africano Idi Amin ‘recepcionou’ todos. Pelo menos um sofreu a tortura, e 100% deles foram ameaçados de morte. O diretor de ‘Sete Dias em Entebbe’ é o brasileiro José Padilha (‘Tropa de Elite’ 1 e 2). É interessante ver um dos nossos à frente dum projeto de calibre alto. A

releitura de ‘Robocop’ (2014) não satisfez à altura os fãs do trabalho aderente de Padilha, mas a produção de 2018 parece fazer jus à carreira do cineasta.

Ele está seguro, maneja bem o elenco todo e não perde o foco quanto à tensão absoluta e o nervosismo a flor da pele que a fita exige. Rosamund Pike (a protagonista de ‘Garota Exemplar’, 2014) é o rosto mais conhecido. Os demais atores vieram da Europa e EUA. O sistema didático dos trabalhos de Padilha é posto à prova aqui, e ele consegue se virar numa boa.

O espectador que sabe um pouco sobre o assunto Israel x Palestina não boia e os que nada sabem têm um esclarecimento à altura. Um ponto magnífico é a trama paralela à do sequestro. Há uma atriz que ensaia uma apresentação de balé. De forma lúdica e emocional, os movimentos são a demonstração dos ataques entre as nações, e a música é simplesmente inesquecível – forte e dura.

Personagens como Shimon Peres e Yitzhak Rabin são mostrados em meio à negociações para soltar os reféns. A missão foi originariamente chamada de ‘Operação Thunderbolt’. Mais tarde, mudou de nome: ‘Operação Yonatan’, homenagem ao comandante do contingente militar

Yonatan Netanyahu (irmão do futuro primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu), único militar de Israel morto em combate.

É considerada por muitos historiadores como a missão de resgate mais complexa e perfeita de todos os tempos. Duração: 107 minutos. Cotação: ótimo.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 10/05/2018
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