A recordação dos sonhos.
Se pudesse.
Caminharia por um caminho torto.
Seria a própria curva.
Subiria as montanhas implodiria as pedras.
Tomaria o veneno das incompreensões.
Se fosse possivel procuraria ser o vento.
Contemplaria as nuvens.
Adoraria o tempo.
Todavia, recusaria ver amplitude do infinito.
Se pudesse superaria a invenção.
Destruiria a cognição.
Seria o instinto.
Recusaria a linguagem.
Comportaria como se fosse a imaginação.
Um olhar entre outros.
Dormiria sendo o próprio sono.
Com efeito, olharia e tentaria ver.
O início do começo.
Procuraria comprender o fim do princípio.
Conversaria comigo mesmo.
Instrumentalizando minhas lições.
Em uma noite intensamente escura.
Compreenderia a clareza da luz, presa ao eixo gravitacional.
No final da tarde.
Sentaria na pedra escoltada.
Sentiria o barulho do silêncio.
Afagaria a incausalidade.
Então antes de fechar os olhos.
decifraria o segredo dos sonhos.
Pensaria a respeito do reinício dos desejos.
Formularia a última canção.
Posteriormente, sucumbiria a destinação.
Edjar Dias de Vasconcelos.