Crítica sobre o Projeto Garagem

O Projeto Garagem, o qual se pode encontrar na internet, é sobre arte urbana

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Prezada, Luciana Monaco

Ponderei alguns dias antes de te escrever. Como poderia abarcar diferentes conceitos acerca da arte e do artesanato, do artista e do artesão? Ponderei sobre o significado destes termos ao longo dos tempos, e como eles evoluem; como o pensamento está em permanente mudança. E acima de tudo o que é a cidade e, no sentido restrito da arte, para onde a cidade nos leva.

Foi deste modo que decidi iniciar esta carta te falando da consciência, porque esta é uma reação e se manifesta ao instante, através das diferentes faculdades: visual, auditiva, olfativa, gustativa, táctil e mental. A consciência ou conhecimento que tem por objeto os fenômenos exteriores correspondentes: formas visíveis, sons, odores, sabores, objetos tangíveis e objetos mentais, isto é, ideias e pensamentos.

Não me delongando nesta explicação, diria que os objetos da mente são todas as coisas experimentadas, apreendidas e condicionadas pelos nossos sentidos; estão no arquivo da memória e, quando há contato, surge a consciência correspondente. O contato aqui é sutil, mas sempre ocorre. Assim, quando vem à tona um pensamento, por imagem, essa imagem mental seria um objeto da mente, mas imediatamente há o contato com o elemento mental seguinte e, logo que há contato, vem à existência a consciência correspondente.

E assim a vida pulsa através da criação.

O artesanato prende-se por uma condição em distinção da arte, pois tudo o que é “feito” vai ter um uso. O artesão não tem uma liberdade total ou absoluta como tem o artista, no entanto expressa parte de si naquilo que faz. É sim um ato de profundo amor, porque está colocando algo de si naquela peça que vai ser usada e vai ser transportada. O artesão funde-se com o cliente, aquele que vai usar o que ele faz; o artesão e o cliente ligam-se através do objeto.

Há outras características, a componente quase demiurga. O artesão está ao serviço do outro. É destinto da arte; não tem a arte o objectivo de serviço ao outro.

O que sustenta o ofício é esta partilha. O artesão tem uma componente artística, mas não é o artista.

Há outro componente do artesão. Eles são talvez aqueles que mantêm a ideia primordial do lugar, ou seja aquilo que deu origem ao culto e á cultura. Podemos entender a cultura talvez como o gesto de sobrevivência que o ser humano faz perante os limites de um lugar em que está envolvido. Então ele vai criando todo um conjunto de gestos e de hábitos que são feitos ou são moldados pelo lugar, pelas condições do lugar. O artesão não traz o lugar apenas na memória como pode ocorrer com o artista, mas o seu ofício está ligado ao presente. Por exemplo, em São Paulo não faz sentido fazer botas gaúchas ou bombachas, porque as características do lugar são diferentes. O ofício faz sentido só no lugar. O ofício não é transportável. Se o ofício mudar de lugar, vai acontecer o equivoco estético. As pessoas não vão entender qual a razão para o qual aquele ofício existe. O artesão é aquele que vai procurar os recursos do lugar.

O artesão tem um domínio completo do material e da técnica. Ele precisa dominar a essência da matéria. Já artista não domina a essência da matéria, mas conhece a técinca, ainda que esta não seja determinante na qualidade da obra. O pintor precisa saber, por exemplo, qual a tela apropriada para aquela pintura(muitos artistas faziam as próprias tintas). Precisa ter um domínio absoluto de como usar o pincel, de como fazer a mistura de cores para dar uma outra, ou seja, tem o domínio técnico; ele tem de saber desenhar uma árvore. O artesão tem necessariamente de fazer coisas ergonômicas- que servem às necessidades utilitárias do homem- porque senão não podem ser usadas como objetos. No dia em que o sapateiro fizer uma bota que não pode ser calçada por nenhum humano ele provavelmente fez arte. A bota perde o seu caracter utilitário e ela provavelmente pode se tornar arte.

O artesanato tem um caráter utilitário e a arte não. A arte tem um caráter essencial, mas não utilitário. Não se usa arte. Não se necessita da arte para garantir as necessidades corpóreas. Não corresponde necessariamente ao corpo. Ainda que a mente e o corpo estejam ligados, usa-se mas não tem uma necessidade funcional. Olha-se para um quadro e este não tem uma necessidade funcional. Olha-se para um quadro, mas não se pode “usar” um quadro.

A arte é arte porque usa como veículo o belo* para que surja a tal contemplação, como diz Shopenhauer ou outros dizem , como o silêncio ou a satisfação interior. O momento em que se silenciam as emoções e os pensamentos, o momento em que nos ligamos à partícula essencial de se ser. Aquilo que é essencial aquilo que você é. A partícula que não podemos tirar, porque, se o fizermos, deixaremos de ser. O componente essencial, aquilo que não pode ser dispensado. É aquilo que define .

A arte para ser arte tem necessariamente de te colocar num estado de profunda contemplação. Em que o tempo espaço, género e valores deixam de existir- o belo*. Por isso uma obra de arte pode ser olhada por diferentes pessoas, com valores diferentes, islâmico, manauere, católico, hindu, e todos dirão que é uma obra de arte. Por isso também é que a arte une os homens.

O artesanato, quando o olhamos, tem tempo e tem espaço. Tem valor, tem gênero. O artesanato nunca está dissociado disto, porque é a tal reminiscência primordial de uma cultura. É aqui que faz lembrar de onde você e porque é que é assim.

No ofício, quanto mais se domina o material e a técnica, melhor é a qualidade do objecto. Na arte, o domínio da técnica não é o que define essencialmente o valor da obra, ou seja, trata-se apenas de um dos componentes para avaliação da obra. Na arte, a técnica não determina se uma obra é melhor do que outra; o contrário ocorre no artesanato: num carpinteiro, por exemplo, quanto maior for o conhecimento da madeira e o domínio da técnica, melhor será, por exemplo, a qualidade de uma mesa.

A partir disso, podemos iniciar uma conversa sobre a arte funcional. Quando se olha uma xícara, olha-se o objeto a partir do seu valor funcional, sob a visão utilitária . Pode ser bela ou não; na prática, prevalece a sua funcionalidade e nunca o aspecto artístico. Uma xícara, por muito trabalhada artisticamente que seja, sempre se faz presente pela sua funcionalidade e não como obra de arte. A funcionalidade, no caso, sobressai a qualquer aspecto artístico da obra. Por exemplo, se colocarmos a xícara numa vitrine, ela perde a sua função como objeto, no entanto surge algo: você nunca vai associar aquilo a uma escultura, mas a uma xícara, quer se use ou não. Qual é a xícara de que você se lembre sem associá-la a sua função? Por isso nunca perde o aspecto funcional, porque a identidade do ser humano não se pode definir senão pelas relação com o outro, com o mundo exterior, com as referências. Aqui surge o equivoco estético, o uso é que sustenta a forma. E isto é o que caracteriza as peças dos ofícios. Quando a forma já não é sustentada por um uso, já não é um ofício.

Quem sabe se a arte funcional não seja a ausência da componente ergonômico do ofício. Aqui surge um paradoxo à medida em que se dá tanta importância a uma forma abstrata num objecto de uso, que de repente não serve como uso, no entanto não deixa de ser objeto.

O design tem de entrar sempre num componente ergonômico. No ofício existe o artesão, mas depois foi criado outro, o designer, aquele que desenha a peça para o artesão fazer. Aqui surge um dos grandes equívocos desta civilização que é o da especialidade em que tudo tem de ter um nome, em que as pessoas têm uma função muito limitada e restrita. Com o início da revolução industrial, com o nascimento da função de designer para o ofício, o artesão ficou restrito apenas ao componente material e o designer se centrou quase que exclusivamente no componente criativo. Porém, esse processo ocasionou ao designer a perda da ligação com a matéria, o artesão, mantendo a ligação com a mesma, não deixou de ter imaginação porque esta faz parte da condição humana. Ou seja, o artesão não perde o contato com a matéria nem a lucidez que a matéria lhe dá. No fundo, o artesão não perde nada exceto a oportunidade, porque o designer a tira dele . Ou seja estamos numa civilização que se especializa cada vez mais em coisas inúteis. O deslocamento da realidade chega a ser hilariante : um bule criado por designers, quando vai verter o chá, este escorre por todo o lado.

Quando se isola o compenente criativo e se perde o funcional que só é dado pelo contacto com a matéria, pode-se estar fazendo arte numa coisa que não vai ser arte e somente um objeto. As formas e as coisas com que as pessoas se encantam acabam por não servir o propósito humano a que elas se destinam. Mas até na própria arte vemos que veicula cada vez menos ideias humanas, à medida em que se torna cada vez mais abstrata.

Por isto pergunto se o que se designa arte funcional será não mais do que um movimento transitório que busca adaptar-se a um emaranhado humano buscando ganhar uma consciência que o leva, já tão somente dentro de uma realidade abstrata fruto da ausência de raízes, de origens, a um caminho que nos leve a entender o quão nos distanciamos de nós próprios?

A cidade aniquilou o oficio, porque a cidade não tem lugar, nem tem recursos. A cidade é um contexto humano (constituído por pessoas vindos de outros países, de outras regiões e outras nascidas na própria cidade) completamente manipulada pela acção e intervenção humana; daí não ter recursos, não ter matéria prima onde se possa extrair.

Hoje vive-se numa civilização completamente abstrata, porque a maior parte das pessoas estão em cidades. Para melhor se entender o significado do que falamos, as novas gerações vão a um supermercado comprar um hambúrguer sem terem a noção de que aquilo é na realidade uma parte de uma vaca. De repente, um hambúrguer não é mais carne de vaca, mas sim um objecto.

Como poderemos então entender a arte provinda da reciclagem e dos resíduos? É uma arte que veicula uma consciência profundamente urbana e cada vez mais actual que só faz sentido num contexto urbano. Que são a falta de recursos. Como se faz a arte urbana? Através da reciclagem, dos restos dos objectos, enfim, do lixo, por muito chocante que seja esta palavra. É, no entanto, um gesto profundamente humano e uma consciência profundamente urbana, que se insere na problemática que só existe na cidade que, entre outros aspectos de natureza humana e pessoal, tem de lidar com o esgotamento dos recursos numa sociedade consumista que está constantemente a produzir e a esgotar esses mesmos recursos. Por trás existe uma consciência ecológica. Este processo é contrário a ruralidade porque os objectos dos ofícios tinham como objecto a durabilidade. Ao invés desta civilização onde tudo é descartável.

Poderemos inclusivamente recorrer a Marx, este tendo uma grande consciência social, ou se quisermos uma dialectica materialista, explica a sociedade de consumo, a psique materialista e de posse. Isto pode ter a ver com a representação. A cidade é o mundo da representação, o mundo rural não é. Exemplo, numa aldeia não há moda. Na cidade, dentro deste contexto, a moda é necessária nem que seja para marcar o limite, é a disputa e a concorrência. É também a disputa do poder, a divisão pelos gangues na delimitação de território.

Mantendo o mesmo fio condutor, há toda uma problemática ligada as cidades. Já desde o seculo 19 começaram os grandes equívocos e problemas do sec 20 que são a vida nas cidades.

A problemática de uma sociedade de consumo, de uma sociedade abstrata que perdeu a noção do esforço, do custo humano na construção ou edificação dos objectos que nos rodeiam. De onde vieram os materiais, qual o processo até ser objecto e chegar ao consumir final? O habitante da cidade não tem essa consciência, não tem consciência de que é necessário esventrar a terra, derrubar florestas, porque ainda que o mencione, não esteve em contacto, não viveu essa experiência. Sabe por ouvir dizer. E mesmo quando falam sobre não há consciência, são realidades cujas experiencia não passa pelos seus habitantes.

Uma questão que pode ser levantada, é onde cabe a tendência da arte a partir de resíduos.

Na arte a matéria é sobretudo escolhida com um fim de experiência sensitiva, pelo enaltecimento de uma emoção ou sentimento. A matéria veicula uma intenção.

Nessa experiência sensitiva há uma diferença entre pegar em material reciclado ou pegar madeira. Pode ser intenção do artista a sensação que esse material pode dar. A questão dos materiais está intimamente ligado a afinidade não só pessoal mas civilizacional e cultural. Assim se podem escolher resíduos, lixo. Um outro exemplo pode ser o uso de tecidos que tem grande afinidade civilizacional. Um outro exemplo dessa experiencia sensitiva pode ser o ferro oxidado porque pode dar uma sensação de aspereza. Ao nível de consciência nunca existe uma única consciência a funcionar, é sempre uma combinação das várias mencionadas no início desta carta. Na arte funcional pode um dia a população urbana encontrar essa identificação com os resíduos. Esta é uma possibilidade para o Projeto Garagem. Consegue-se, ainda como exemplo, ter uma experiência de textura pela luz e pela sombra por exemplo.

O que pode acontecer no caso do Projecto Garagem é que aos atistas dessa oficina pode cair uma enorme exigência pelo caracter do seu trabalho, também por tudo o que foi dito acima. Se se quer fazer uma chávena de materiais reciclados não se pode agarrar em qualquer um, tem de se escolher os materiais, necessita saber quais os que seguem as propriedades de uma chávena. porque senão fica algo estranho. Se considerarmos as garrafas de vidro de coca-cola como material reciclado, não conseguimos ter a noção de ser reciclado. Ou seja, neste caso extremo há uma identificação com esse material pois se confunde com a origem. E nesta “confunde” lembremo-nos do que se falou anteriormente sobre os ofícios o artesanato e o artesão.

Através das nossas mãos num trabalho artesanal não consegumos decompor matéria a semelhança do exemplo das garrafas. Para uma chávena vais ter de se selecionar os materiais que se adaptam a determinada função do que se quer fazer.

Os resíduos estão a ser usados como um recurso, como aquele que faz o prato usou o gesso ou a cerâmica. Se os resíduos perderam todo o seu valor utilitário, não deixa de ter um caracter belo e, senão te queres desfazer deles, até pode ter um caracter de memoria e serem expostos.

No romantismo a ruina era uma inspiração artística e era algo digno de contemplação. O que não aconteceu em todas as épocas. Os ciclos repetem-se, usando um prato reciclado é arte ou não é arte? se se fizer uma fruteira a partir dos pratos partidos que foram criados para outro fim, se está a usalos como um recurso. Se colares tudo numa tela estás a usar aquilo como recurso, mas não para um valor utilitário. Colando um prato sem ter uma utilidade pratica, surge uma escultura.

Eu não sou cozinheiro por ter legumes e um tacho. Se colocar tudo lá dentro não é por isso que faço uma sopa. Não é por se juntar escolher, catalogar e juntar o lixo que uma pessoa se torna um artista, nem o que nasce devido a esse gesto se torna obra de arte.

No oficio urbano, quando falamos de peças partidas ou peças de computadores, não podemos ignorar de que a cidade aniquilou o oficio. Porém há duas coisas que não existem na cidade: a esta não tem lugar e não tem recursos. A cidade é um contexto humano. Esta está toda manipulada pela intervenção do homem, daí não ter recursos, não podes fazer escolhas, não podes encontrar onde extrair matérias primas. Toda a madeira de qualquer carpintaria usa, a vai buscar a provém de outro lugar, na cidade não existe madeira. Um sapateiro vai buscar peles a outro lugar. Na cidade não há bois.

Na realidade, o homem da cidade, pela razão de ser homem e não tanto porque é tão somente o resultado da cultura e civilização, expressa o gesto da sua condição de ser homem quando busca no pressuposto “lugar” onde vive e nasceu, as matérias primas que de alguma forma o trazem a sua memória primordial. É o gesto do religare. Memoria esta que o movimento neoliberal tem vindo a destruir através da manipulação ideológica e em actos a conta-gostas, dissuadidos e apresentados como factos consumados entre outras estratégias próprias da destruição da identidade cultural dos países e dos povos.

Como tal, a vivência abstracionista desta civilização tornada urbana, perdendo a relação com a realidade fenoménica e já não fazendo, desde a Renascença, parte do seu pensar a dignidade natural de ser, sustenta uma ficção baseada em conceitos, crenças e no pensamento abstrato.

Hoje, o movimento de caracter artístico como o da Garagem, ainda que na qualidade experimental, abre as portas a uma consciência, quem sabe se embrionária, tais como qualquer movimento ecológico ou outros análogos, que através do religare, pela verdade de se ser, além de qualquer filosofia, dialética materialista, ciências sociais ou outras, e independentemente da loucura e inconsciências dos homens comuns agarrados a um velho paradigma e dogmas obsoletos e ideais que pelo realidade se demonstram autodestrutivos, preconiza o gesto que realça a necessidade de o homem, abandonar os conceitos de consumo, das grandes metrópoles urbanas, da artificialidade desse mundo desraizado da Terra, da perda do valor e dignidade que as coisas têm, onde a arte se confunde com o artesanato, onde se perdem as referências pelo seu abstracionismo, onde arte, artesanato e expressão artística se confundem como sejam uma só coisa e onde a trivialização e a banalização da existência humana por muito retorica que seja no discurso, há muito perdeu o valor. Olhar o homem numa perspectiva apenas sociológica antropológica, medicacientifica ou económica é de alguem que já perdeu a sua própria dignidade e discernimento, a capacidade de olhar para si e para dentro de si mesmo.

Deste modo, a arte não se apresenta mais como arte no sentido ordinário do termo, mas devido ao que foi dito anteriormente e porque a necessidade intrínseca do homem ser, o leva, mais do que qualquer género de cultura ou civilização, involuntariamente a um mergulho interior. A arte surge então como um processo de integração, é substituída pela expressão artística ou pelo exercício da liberdade interior, num gesto que as ciências acima referidas não podem compreender, onde as pessoas cada vez mais abandonam os trabalhos de colarinhos brancos, os trabalhos abstratos, a obsessão do lucro, do control, do poder e vão para o campo, ou permanecem na cidade formando grupos espontâneos, comunidades artísticas, de ofícios e culturais.

A garagem é um projecto que, estando na base de um inconsciente colectivo, vai além da simples interação artística ou qualquer forma de representação. A consciência como foi dito inicialmente no texto é uma reação que só existe quando em contacto. Deste modo a consciência é directa resultante do instante, do momento, conceito este que o mundo ocidental nunca percebeu e por isso se perdeu. e os hospitais psiquiátricos têm mais clientes. A Garagem surge como possível proposta capaz de atrair qualquer cidadão a expressar-se artisticamente, porque acima de tudo o homem nunca deixará de ser homem.

Este projecto poder-se á assumir como um retorno às origens, à lucidez que só a matéria confere, pelo gesto, porque, por estranho que pareça a quem como na Alegoria da Caverna, nada mais viveu do que numa cidade, tendo aqui uma oportunidade de iniciar esse mergulho interior falado acima.

Numa cidade por não ser um lugar, não tem matérias primas, e os jovens deste projecto como outros grupos de arte urbana que escolhem procurar a matéria, preconizam um movimento revelador, assim como outros de outras índoles, em que evidenciam os erros o irrealismo desta sociedade, do seu pensamento, da sua maneira de estar e sentir.

Somos um mosaico espiral, à semelhança do bolero de Ravel.»

(Rubem Alves)

José Pais de Carvalho
Enviado por José Pais de Carvalho em 21/02/2019
Reeditado em 24/02/2019
Código do texto: T6580887
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