Uma Consciência Contra a Violência

Embora se venha atribuindo a crescente violência aos problemas sociais, à incompetência dos que têm a seu cargo a manutenção da segurança pública, à morosidade da justiça e aos problemas econômicos, é preciso salientar que as causas reais não têm sido analisadas, identificadas e combatidas eficazmente.

Onde se gera a violência? Qual a sua raiz? Estaria apenas presente nos atos bárbaros da delinqUência e nas agressões incontroladas que nações desferem sobre outras? Não estaria presente em todo o lugar, manifestando-se nas formas mais sutis? Não são os pais que, muitas vezes, repreendem seus filhos com uma manifesta violência impressa nas palavras, gestos e agressões? Não são os meios de comunicação que a transmitem para as crianças, as quais absorvem os pensamentos agressivos através de desenhos, filmes e telenovelas, que são um péssimo exemplo para aquelas mentes indefesas, incapazes de desligar a caixa de surpresas desagradáveis?

Não estaria presente nos campos de batalha que se transformaram as quadras esportivas, onde os times e torcedores digladiam-se raivosamente em nome de uma bandeira, que pode não ter significado algum? Ou nas esquinas, nos semáforos, no trânsito alucinado das grandes cidades?

A violência está em todas as partes porque está em todas as mentes; e ali seria necessário combatê-la.

Educar uma criança para a vida, mais do que prepará-la para o vestibular, seria fazê-lo mentalmente; educar os pensamentos e preservar essa mente de agressões externas.

A verdadeira educação é a mental, a permitir aos homens conhecer esse ambiente e utilizá-lo na criação de ideias e pensamentos que tenham real utilidade para si e os semelhantes, e na técnica de combater os violentos e dissolventes, que distanciam o ser humano de seus semelhantes e de Deus.

No clima de grande violência presenciados, as autoridades judiciais e policiais devem ser chamadas às necessárias medidas emergenciais; no entanto, há que convocar os educadores, para que as gerações futuras possam ser preparadas e orientadas no sentido de uma postura mental mais humana e pacífica.

Nagib Anderáos Neto

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