Emburrecimento Nacional. Emburro... o quê?

É uma triste constatação, mas os jovens estudantes estão emburrecendo. Adolescentes de 15 a 17 anos – faixa etária do Ensino Médio – têm o conhecimento constante e progressivamente reduzido, se comparado há uma década atrás. Por que isso está acontecendo? Simples: paternalismo e assistencialismo na educação.

Com a visão equivocada de equidade de condições ao acesso educacional, instituições de ensino de todo o país estão nivelando por baixo o conhecimento de nossos jovens. Prova disso são os índices de avaliações nacionais (Saeb, Pisa, essas coisas) que, em vez de crescer, estagnaram ou até diminuíram. Parece contraditório, pois vivemos na era digital da comunicação e da informação, no entanto, a “cobrança” é menor: tudo se facilita, tudo é permitido. Como? Explicar-me-ei.

O Rio Grande do Sul foi pioneiro em instalar as mudanças do Novo Ensino Médio. Há pelo menos 8 anos que se troca e destroca de conceitos, pareceres e disciplinas na grade curricular. O que devemos fazer: aprovar alunos para fazer “média” de boa educação com índices. Seria uma ótima se realmente funcionasse, mas com escolas sucateadas, sem merenda, sem professor, sem luz elétrica, e até com salários parcelados, fica difícil. Além disso, se cobramos em sala de aula, tal como deve ser, reprovamos alunos e não atingimos as metas. Alunos semialfabetizados vão passando de ano a ano com avaliações medíocres porque se exigirmos mais eles não conseguem!

Sei que corro o risco de ser chamada de preconceituosa, elitista e meritocrata, contudo, crianças que crescem ouvindo “probrezinho, vamos dar uma chance”, “é pobre, temos que valorizar” acabam acreditando que a sociedade tem o dever de lhe favorecer para que consiga sucesso, pois, ao meu ver, esse monte de “inhos” e cotas e vantagens só servem para corroborar que negro e pobre são incompetentes, que se competissem em igualdade de condições não teriam chance. Isso sim é discriminar, em minha humilde opinião. O resultado disso está aí: alunos cada vez mais “desnutridos” de conhecimento, que já estão gerando profissionais parcos que, infelizmente mas realmente, não conseguirão competir no capitalismo adjacente em que vivemos.

Nesse contexto, o ciclo já está viciado. Estamos dando o peixe em vez de ensinar a pescar. Estamos emburrecendo a sociedade, sem notas, sem cobrança, sem pré-requisitos mínimos para fomentar a economia, tornando-os massa de manobra, tão ao gosto político. É preciso fazer algo, mesmo que seja exangue. É preciso desemburrecer a gurizada com urgência! Se não, terei que continuar publicando meus textos somente em homes eloquentes e de minha linha de formação, pois se publicar em veículos populares, será que serei interpretada? Alguém tem dúvida?