Capoeira: Antepassados e Descendentes de Zumbi dos Palmares!

Zumbi nasceu no começo do ano de 1655, numa das inúmeras povoações palmarinas. Naquele ano, o então governador de Pernambuco, Francisco Barreto, enviou a primeira expedição contra Palmares após a expulsão dos holandeses.

Comandou-a Brás da Rocha Cardoso, um dos mais destacados comandantes da guerra. Entre os prisioneiros feitos numa pequena povoação palmarina, constou uma criança do sexo masculino com escassos dias de existência, adjudicada por Brás da Rocha Cardoso ao chefe de uma coluna de Porto Calvo, organizada e aparelhada pela família Lins, poderoso clâ de Alagoas.

O negrinho recém-nascido foi dado de presente ao padre português Antônio Melo, do distrito do Porto Calvo, cujos limites marcavam a fronteira entre o povoamento e a republica negra.

O padre regressou a Portugal em 1662 para ser pároco em Santarém, de onde escreveu a um amigo do Porto, a que tudo indica um padre, árias cartas em que dá noticias de Zumbi.

Conta ao padre que batizou o pretinho e lhe deu o nome de Francisco. Ensinou-o a ler e o fez seu coroinha quando contava dez anos de idade, O padre não tratava pois o pretinho como escravo, o que se explica por uma jurisprudência do Conselho Ultramariano, afinal consolidada por alvará régio de 1682, de que os negros nascidos em Palmares não eram escravos.

Declara o padre Antônio Melo que Francisco demonstrava “engenho jamais imaginável na raça negra e que bem poucas vezes encontrei em brancos. Aos dez anos Francisco conhecia todo o latim que há mister e crescia em português e latim muito a contento”.[....]

Uma vez que Francisco sempre patenteava candura perfeitamente cristã, o padre ficou consternado e perplexo quando certa manhã do ano de 1670 descobriu que seu corinha com 15 anos de idade fugiria para a companhia dos negros levantados de Palmares. Mais tarde, já chefe de Palmares, Zumbi por três vezes penetrou no destino de Porto Calvo para visitar o padre levando-lhe presente por saber de muita miséria em que me encontrava. Por ocasião da segunda visita o padre sabendo que o Caudilho negro “trocara o nome cristão Francisco pelo nome africano Zumbi que conservou até seu lamentável fim”. Parece que o padre sofreu algumas represálias pelo fato de haver mantido relações com Zumbi, pois refere que “os moradores me chamavam repetidas vezes colono dos negro”[...].

Na tradição popular de Alagoas, atribuiu-se a Zumbi o apelido de Sueca. [...]

Sabe-se que Zumbi teve pelo menos cinco filhos, não há como apurar a procedência da tradição segundo a qual seria casado com uma branca chamada Maria. Reza a tradição que a aludida mulher branca teria acompanhado espontaneamente Zumbi por ocasião de uma incursão realizada numa propriedade alagoana.

Quando se celebrou o pacto de Recife, Zumbi chefiava simultaneamente uma povoação e as forças armadas palamarinas.

A epígrafe deste capítulo, tirada da crônica encomendada pelo governador Pedro de Almeida, prova que as autoridades coloniais viam nele o líder mais capaz conhecido de república negra. Ficará coxo por ferimento de bala recebido em combate com expedição de Manoel Lopes Galvão.

Isto é tudo quanto se sabe sobre a vida pessoal de Zumbi. Sua vida política e militar emerge das peripécias da historia de Palmares.

Antepassados e Descendentes:

Acotirene: Mãe de Ganga-Zumba.

Ganga-Zona: Importante liderança de Palmares e irmão de Ganga-Zumba.

Ganga-Muiça: Comandante militar geral das forças palmarinas.

Toculo, Zambi, Acaiúba filhos de Zumbi.

De olho em Zumbi dos Palmares/histórias,símbolos e memória social.

Flávio dos Santos Gomes

Editora Claro Enigma

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