A Sabedoria e o Suicídio

Assim dando continuidade a série " Vilões da Bíblia " e a subcategoria " israelitas rebeldes ", nesse momento escrevendo a décima terceira coluna sobre a sabedoria e o suicídio.

Simbolicamente lidar com a chama da sabedoria e procurar representá-la é um processo longo e demorado que exige um certo grau de dedicação e compreensão.

Assim o sábio releva sabedoria a um ponto problemático e saudável onde se pode ter uma certa posição clara acerca do seu mundo, em que tudo precisa ser muito claro e calculado.

Bem o sábio Aitofel dimensiona a sua sabedoria a um modelo de experiência de vida expondo suas lúcidas perspectivas acerca da polifonia da vida.

E sua compreensão cresce á medida que surgem dúvidas e incertezas deleuzianas evidenciam sua sagacidade construída no páthos da solidão adequada a essa forma de reflexão.

Diante dessas evidências concretas, sua sabedoria coexiste com as convicções complexas da sua nação, essa busca da sabedoria mediante a observação.

O sábio Aitofel considera sua sabedoria uma forma de graça absolutamente perfeita diante da Corte Real como um mecanismo da existência bem polifônica. Reagindo sonoramente a sua sequência musical mediante suas certezas.

Raramente poderia desafiar o modus operandi da Corte e naturalmente expunha sua sabedoria mediante a crença advinda da experiência colhida nos caminhos e atalhos.

Inicialmente o sábio Aitofel desconfia que os riscos vem á cavalo, busca mudar seu foco e seu entendimento recriado mediante as verdades existenciais contidas em suas estruturas poéticas da sabedoria.

A visão contida em seus termos providos de sabedoria revelam os detalhes primordiais da experiência adquirida ao longo da existência capitalizada pelo uso do poder.

E ao capitalizar o conhecimento e o distribui em forma esplêndida de conselho na medida que é inquirido ou solicitado seus conselhos e sua experiência como ancião.

O escritor David Foster Wallace também poderia ser considerado a " voz" da sabedoria em sua época dimensionando essa sabedoria a um mundo fragmentado como o seu.

Sinceramente todo grande romance é uma porta nova. Uma lente. Mas escrever um grande romance é coisa, claro, que depende de talento, depende da capacidade do autor.

Usualmente depende, também (e cada vez mais eu me convenço disso), de uma decisão prévia, de como que um ato original de orgulho trágico, de soberba, de desejo de encarar aquele algo-novo.

Inicialmente o sujeito precisa, antes de mais nada, querer grande. E precisa, para isso tudo não ser só orgulho vazio, ter uma leitura nova, assim, da vida, do universo, de tudo.

Categoricamente as invenções técnicas e formais, as inovações temáticas, as constantes reinvenções do gênero romance… tudo serve, nos melhores casos, para um escritor dar a ver coisas que a tradição, até aquele momento, deixava de lado ou não conseguia elaborar plenamente.

Ironicamente quando um carinha de 34 anos publicou um romance diferente de quase tudo, fruto de talvez dez anos de tentativas, abordagens variadas e todo tipo de desenvolvimento. Um sujeito tímido, de bandana, bermudão e óculos.

David Foster Wallace publicou Graça Infinita ele era tudo menos um desconhecido, mas pouca gente esperava do escritor nitidamente brilhante que já aparecia nesses primeiros textos o impacto de um livro como Graça Infinita. Aliás, pouca gente esperava de qualquer escritor, naquela altura do segundo tempo do jogo, um pancadão como aquele romance.

Insinuante Sim, ele sempre escreveu (assim, no miúdo, no nível da frase, da invenção verbal) melhor que quase todo mundo. Ele buscou esclarecer uma invenção cheia de foguetório verbal, a infinidade de vozes e de personagens, a imaginação sem fim e, muito especialmente, aquele jeito meio bizarro de ele escrever uma prosa cheia de interrupções autoconscientes, cheia de apartes, bifurcações, dúvidas, ramificações múltiplas, correções e arrependimentos eternos, que parecia, para muitos críticos, representar bem demais o que poderia ser a “voz” interna da sua geração.

Os dois sábios tentaram buscas diferentes de sabedoria, David Foster Wallace cometeu suicídio em 2008. Ninguém entende os motivos de um suicida. A única pessoa talvez capaz de entendê-los é morta pelo ato. Sendo um escritor e um sábio era grande um desafio para uma polifonia da vida recuperando Bonhoeffer.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 09/11/2018
Código do texto: T6498577
Classificação de conteúdo: seguro